A variante do SARS-CoV2 detetada na Grã-Bretanha, que já tem designação VUI-202012/01, e certamente já espalhada por diversos países europeus, a que não vamos escapar, é uma péssima notícia neste final de ano. Pode ser catastrófica. A rapidez de contágio é 70 por cento superior, o que significa que é extraordinariamente perigosa, e isso representa um alerta imediato para todos os países. A UE vai reunir de emergência esta segunda feira, para perceber que medidas tem de tomar, para além das que já estão em prática. Com uma variante de elevado contágio, as medidas cautelares habituais não serão suficientes para conter esta mutação.
Com um plano de vacinação frouxo, demorado, e sem fim à vista, até à imunidade de grupo, esta variante tem potencial para ser devastadora, em contágios, internamentos e mortes, como não vivemos até agora. Vai ser necessário, com toda a certeza, que os Governos tomem, de novo, medidas de confinamento geral, encerramento de fronteiras, e outras decisões duras. Muito mais duras.
Neste momento, e pelo alarme de Londres, a única saída, se é que existe, seria apressar a vacinação, com todos os meios ao dispor, requisitar quem for necessário, para se vacinarem milhares de pessoas por dia. O problema é que não existem vacinas suficientes. Tem de se encontrar uma solução, que não parece muito difícil numa emergência destas. As farmacêuticas que já têm vacinas aprovadas têm de chegar a um acordo com as suas congéneres, de forma a colocar todos os recursos de produção disponíveis no mundo. E há bastantes e suficientes. Claro que não vão partilhar a fórmula, claro que não vão abdicar da patente, mas deverá existir um modelo, chame-se o que se quiser, em que fábricas de outras farmacêuticas sejam dedicadas à produção da vacina. Não há outra saída. Não vale a pena perder mais tempo.
Se a variante VUI-202012/01 atua com essa rapidez, então multipliquem-se os contagiados, e rapidamente os sistemas de saúde vão implodir. Aproxima-se, para todos, um novo «lockdown». Mais dramático. Mais prolongado. Mais demolidor. As autoridades de saúde e o Governo têm de agir rapidamente, decisivamente, e com toda a dureza. Não se ponham com paninhos quentes. Isto pode ser uma catástrofe que nunca enfrentámos. É um alerta global. É um perigo real e iminente.