Devem estar a brincar. Fakenews, de certeza. Inventam cada coisa. Botões de alarme, ou de pânico, contra o SEF? No aeroporto? Há aqui qualquer coisa de sinistro, a ser verdade, claro. Como é que se pode ter botões de pânico contra as autoridades policiais? Ou do Serviço de Fronteiras. Mas não são eles que nos protegem, a nós e a quem entra ou quer entrar em Portugal? Não é o SEF que tem de vigiar pela segurança de todos. As leis, os códigos, não se aplicam ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras? É uma cambada de assassinos que comete brutalidades inenarráveis contra pessoas? Sejam elas quem forem? Mesmo que queiram entrar ilegalmente no país? Não, o SEF não é isso, e a indignação interna avoluma-se. Com toda a razão. E os botões não ajudam. Só indignam. Só agravam. Só levantam suspeitas. Só estigmatizam.
O PSD, e muito bem, pergunta por que razão ainda não se demitiram os diretores nacionais do SEF, nove meses depois da «execução», nas instalações do serviço, no aeroporto de Lisboa, de um cidadão ucraniano? Nove meses depois e a única ideia brilhante é colocar botões de pânico para resguardar as pessoas dos funcionários do SEF? Não há aqui, de imediato, a confissão de que se cometem brutalidades, espancamentos e execuções, a sangue frio, naquelas instalações? Não é dizer, abertamente, sim nós somos uns descontrolados, violentos, irracionais, que às vezes matamos pessoas?
Os inspetores que mataram o cidadão ucraniano vão a julgamento, por homicídio qualificado, as chefias do SEF do aeroporto foram afastadas, e está tudo resolvido? Mas à cautela vamos pôr uns botões de pânico para nos protegermos do SEF? Isto é admissível? Quem é que teve esta ideia brilhante? A Direção nacional? O ministro da Administração Interna? Em que país é que estamos? Foi repentinamente, num acesso de raiva incontida, que os inspetores do SEF decidiram liquidar o cidadão estrangeiro? Ou é mais ou menos uma prática continuada, que tem como única solução carregar no alarme, para o polícia da PSP prender o polícia do SEF?
A Direção Nacional tem de se demitir, ou ser demitida. Deveria ter acontecido no dia 11 de Março, 24 horas depois do assassinato cometido no aeroporto, e agora, então, passou a ser totalmente insustentável. E o ministro não pode pensar, em nenhuma circunstância, que o tempo faz esquecer. Ele tem a responsabilidade política direta. Não vale a pena fazer de conta. Fingir que aguarda pelo relatório do inspetor geral. Para saber o que já todos sabemos. Botões de pânico para nos salvar do SEF? É trágico.