Uma vacina contra a Covid-19 com 90% de eficácia, a confirmar-se com mais dados que serão revelados na próxima semana, é uma grande notícia, um grande feito, e um grande avanço médico e farmacológico. A parceria americana e alemã (Pfizer e Biontech) passou a meta em primeiro lugar, e com essa taxa de eficácia, que não era esperada nos meios científicos e técnicos, pode vir a ser a vacina de primeira escolha.
Todos os dados estão e vão ser analisados, pela FDA e a sua congénere europeia, já está pedido o seu “uso de emergência”, e, dadas essas autorizações, passará a uma das fases mais críticas, que é a produção maciça para acorrer a todos os pedidos. Está tudo preparado para ser fabricada em vários pontos do mundo – processo que corre quase em paralelo com a investigação e testes – mas haverá sempre alguma lentidão até o acesso ser normal, estável, e sem quebras.
É por isso que os responsáveis de Saúde de todos os países estarão agora a preparar e validar os critérios e protocolos para definir os grupos prioritários. Vai ser uma luta, uma confusão, mas o que interessa, verdadeiramente, é que as autorizações sejam dadas, e a produção se inicie rapidamente. É um contrarrelógio, para todos, e verdadeiramente o momento em que as pessoas, e os países, começarão a sentir um grande alívio. Mas prematuro será perigoso – vamos abrir já tudo porque vem aí a vacina – sendo necessário que os responsáveis de cada país coloquem as expetativas no sítio certo. Nunca antes do final da primavera haverá algum descanso, se tudo correr bem.
A grande nova dada pela Pfizer e Biontech vai, também, acelerar todas as outras vacinas, que estão muito próximas, e confirmando-se eficácias idênticas, com modelos diferentes, então a pressão do mercado fará funcionar a produção em escala. Agora, rapidamente, mas sem nenhum atalho, é necessária a validação de todos os dados e a aprovação de “uso em emergência”. Diga-se, já agora, que mesmo que a eficácia fosse menor, 80%, já era uma grande vitória científica, num espaço de tempo tão curto. Para se chegar aqui milhares de pessoas foram envolvidas, aderiram aos testes, e deram o corpo pela a nossa saúde. Os cientistas, e esses anónimos, são uns heróis. Venha essa, e as outras todas.