1 – O primeiro-ministro (PM), que sempre foi bom nisso, esvaziou os desentendimentos com a Ordem dos Médicos. Era a altura certa, o momento em que não se podia manter um conflito entre duas partes absolutamente essenciais no combate à pandemia. Existiram erros, desencontros, irritações, palavras azedas, por causa do Lar de Reguengos, que serviu apenas de exemplo para o que se passou, e ainda está a passar, nos Lares, e a explosão era inevitável. Faz pouco sentido, agora, tentar reacender ou inflamar uma polémica que já era. Deve o PM, aliás, resguardar-se mais neste tipo de polémicas. Esse papel cabe às ministras da Saúde e da Segurança Social, que indiscutivelmente têm de se coordenar melhor. O PM deve ser o fator de tranquilidade e de segurança, num país em ritmo anormal. É o que se quer de um chefe de Governo. Está lá em nosso nome. Em nome de todos os portugueses.
2 – A Ordem dos Médicos esteve bem ao denunciar as condições dramáticas de Reguengos, e de todos os falhanços que existiram na segurança sanitária dos Lares, e em todo o sistema público e privado de Saúde. Não interessa se essas competências estão muito bem definidas nos Estatutos, mas eles falam por todos os médicos, e pelos atos que praticam. E avisar que existia uma catástrofe, era um dever essencial e fundamental. Mas também compete à Ordem verificar, com rapidez, as notícias de que muitos clínicos, não só em Reguengos, se recusaram a aparecer em locais com contagiados. Por muito que custe, os médicos, enfermeiros, técnicos e todos do sistema de Saúde são as tropas especiais que dão a cara ao vírus. Por muito que seja perigoso, por muito que possa correr mal. São médicos. E sendo, esse perigo vem com o exercício da profissão.
3 – A Festa do Avante ainda irrita algumas pessoas, e põe furiosas outras tantas, que até querem que a Justiça decida – ao que chegámos – sobre uma festa política, nos moldes em que sempre foi feita, e com todas a precauções. A Justiça deve ter mais que fazer, calcula-se. Já agora, quando é que a DGS acrescenta alguma coisa aos planos apresentados. Se nada diz é porque está tudo bem. Porquê tanta fúria? Só lá vai quem quiser, e respeitando as medidas cautelares. Tirando os furiosos e os irritados, o país não parece nada inquieto com a Festa do Avante. Era só o que faltava eles não poderem fazer a Festa. Não arranjem confusões onde não existem.