Não sei, não me interessam as razões que levaram o juiz Carlos Alexandre a tomar as decisões que tomou, suspendendo António Mexia, entre outras coisas, das suas funções de CEO da EDP nacional e internacional. Quem de direito apreciará e, se chegar a esse ponto, julgará. Mas já me interessa falar sobre António Mexia, porque sou amigo dele há mais de 30 anos. E é nestas alturas que não devemos fingir que nos é distante. Não, ele é um amigo, um homem ímpar, íntegro, e fiel aos seus.
Conheci António num grupo muito restrito de pessoas que eram ouvidas, sobre todas as questões nacionais, por um antigo líder político de caraterísticas excecionais. O grupo era de 10 pessoas, se me recordo bem, e analisávamos e respondíamos a questões colocadas por essa personalidade. Logo ali se percebia, e ainda longe da carreira que depois fez, a lucidez, bom senso e capacidade de análise prospetiva de Mexia. Era muito novo, na altura.
Depois, com tranquilidade e excelência, foi sendo convidado para CEO de grandes grupos nacionais e internacionais, como é o caso agora da EDP. Subiu a pulso, por mérito próprio, sem cunhas nem ajudas, e por reconhecimento das suas capacidades, acima da média, em gestão e liderança de milhares de pessoas. António sempre teve o toque de Midas, não por sorte, mas por empenho extraordinário nos cargos que desempenha. E estes verbos estão no presente, porque nada está encerrado, julgado, transitado.
Como Homem, e aí confunde-me um dos argumentos do juiz, António Mexia nunca na vida intimidou ninguém. É não conhecê-lo. Ele é um líder natural, hiperativo, e nunca precisou de levantar a voz para se impor e ser reconhecido. Falar com ele, sobre qualquer coisa, é sempre uma lição de grandeza e elevação. Tem sempre milhões de ideias, triliões de sugestões, para qualquer área da vida, da economia, do que for.
Tenho a certeza que António enfrenta esta matéria com grande tranquilidade e paciência, desejando, como todos, que a Justiça seja muito rápida. Se quiser ser justa. Quem não quer ter António Mexia a trabalhar para ele?