O PM, que está em todas as frentes, tenta gerir agora, rapidamente, o coma induzido na economia, que arrisca ser prolongado, difícil, e com um prognóstico muito reservado. O Estado, através do Governo, tem de agir muito mais depressa, e com um alcance e profundidade que ninguém antecipava em Março. Por isso, e nessa medida, deu o passo certo ao pedir o contributo de Costa Silva, CEO da Partex, para a ajudar a construir um plano de salvação nacional. De recuperação. De estabilização. O que quiserem. Todos são poucos para dar ideias, apontar caminhos, encontrar saídas, urgentes e vitais, que requerem uma resposta imediata governamental. Todos sabíamos que tínhamos de ir mais longe, mais depressa e mais fundo, na resposta à crise económica e financeira do país.
O Estado tem de salvar o país. É disso que se trata. E o Governo, que gere o Estado, em nosso nome, não pode perder mais tempo com medidas de curto alcance, que ajudaram, no momento, mas que estão longe de recuperarem o país. O Estado tem de injetar dinheiro na economia, nas empresas, todas, prolongar e fazer mais moratórias, criar planos de revitalização direta de inúmeros setores, agilizar e desburocratizar os financiamentos, cobrindo-os a 100 por cento, perdoar dívidas, antecipar pagamentos aos seus fornecedores, e encontrar os melhores parceiros, dentro ou fora da máquina estatal, para que a solução seja imediata e estabilizadora.
O Estado, na verdade, tem de ser o banco nacional. Não é um banco, é o Banco. É para isso que serve em situações de emergência. Esperar pela Europa é ridículo, tanto pelo valor que nos vai caber, como pela lentidão do processo, que nunca será antes 2021, altura em que o país estaria em suporte de vida artificial. Para já, a correr, a solução tem de ser nacional, e usando os nossos melhores recursos financeiros e talentos individuais. Há um exemplo, essencial, que não convém esquecer: a Alemanha, por iniciativa própria, está a injetar sozinha, na sua economia, o mesmo valor do plano de recuperação de toda a União Europeia: 750 mil milhões de euros. E vai entrar, se necessário, no capital das empresas, aceitar fundos perdidos, evitar uma catástrofe de desemprego, e aguentar um lay off menos penalizador, pelo tempo que for necessário. E alguém tem medo de mais Estado, nestas condições críticas, na Alemanha, ou na França, ou em Espanha, ou nos EUA? Tenham dó. Isto nem sequer é assunto de política. É de salvação nacional.