O SARS-CoV-2 é um vírus nazi. Eugénico. Mutado para matar homens e mulheres a partir dos 60 anos. Os números não mentem. De 1135 mortes, até domingo, 1087 são de pessoas dos 60 aos 80, ou mais. Estamos a falar de 90% (Noventa em cada Cem). Impressionante. Perturbador. Alarmante. Com resultados consolidados de mais de dois meses, já se pode confirmar um dado assustador: de 27.581 contagiados em Portugal, menos de 10 mil são pessoas acima dos 60. Teoricamente até é bom, por ser apenas cerca de um terço. Mas é o terço que mata, sem dó. É o terço da mais elevada taxa de letalidade. É uma desgraça nossa? Não, verifica-se em todos os países.
No nosso caso, infelizmente, só começámos a prestar atenção aos lares de idosos numa fase muito avançada, e por isso foi extraordinariamente letal. Um vergonha. Que não acabou. A pergunta, agora, é saber se deverá existir, prolongadamente, uma vigilância e confinamento especial para estes grupos etários. Não é fácil decidir. Nem consensual. Nem ético. Nem justo.
A letalidade do vírus, nestes grupos, sobrepõe-se à sua liberdade e normalidade de vida? De convivência familiar? De estilo e gosto de vida? Não, isso é inaceitável. Para pessoas com mais de 60 anos, estejam onde estiverem, as autoridades sanitárias têm de ser mais vigilantes, mais pró-ativas, atentas, preparadas e eficazes, reforçando os testes, acompanhando de perto, verificando sistematicamente. É também para esta faixa etária que se devem reforçar as campanhas de informação sanitária.
Mas tudo isso não pode significar que essas pessoas estejam fechadas, isoladas, e afastadas do resto da população. Para os racistas eugénicos, segregadores e discriminadores, a Covid-19 é a obra-prima da seleção humana natural. Só vivem os mais novos, os mais fortes, os mais capazes. É um género de prova dos nove. Mas mesmo não pensando nestas teorias e práticas tenebrosas, só a ideia de que este vírus é para «velhos», já é uma seleção impensável. Protejam-se os maiores de 60 anos, mas não estigmatizem.