O Primeiro-Ministro (PM) atirou-se ao Covid-19 de cabeça, a correr, e isso é reconhecido pelos portugueses. E agora, também, internacionalmente, por líderes e media, que fazem justiça a Portugal, ao desempenho do PM e Governo, que é reconhecido como exemplar. O PM não se ficou pelo problema sanitário, que persiste: antecipou o desastre económico, que será mais tenebroso e demolidor do que se pensa, e pôs o Governo, em particular o ministro da Economia, a atuar em modo de emergência, na ajuda financeira e proteção do emprego.
António Costa, ou qualquer outro PM, não estava preparado, ou alerta, para o que aí vinha, em 2020, na forma de um vírus de contágio tão rápido, tão mortal, e tão inquietante. E muito menos avisado para as consequências disso, nas pessoas e no país inteiro. Não vergou, nem se atemorizou. Fez tudo o que era inicialmente necessário, com o apoio do Presidente da República (PR), e da Assembleia, para mitigar os efeitos sanitários e económicos. O PM sim, inequivocamente, também tem o “fator” de Churchill: um político, que num momento grave da Nação, se eleva à grandeza de se reconhecer as suas capacidades de chefia e liderança, num combate sem tréguas, e que durará anos. E sempre dando esperança, e inspirando confiança.
Mas Costa, sendo muito pragmático e energético, também antecipa que este não será um combate fácil, nem justo, contra um adversário duro que já se conhece. Não, nada disso. Sabe que tem de fazer mais, muito mais, para tranquilizar os portugueses, preparar o SNS para uma inundação de casos com a abertura gradual – e desta vez muito pior – e ser mais rápido, e mais consistente, e ir mais fundo nas medidas de apoio à pessoas e empresas. O tal «fator» só se confirmará se vencer as duas pandemias. Leve o tempo que levar. Porque de repente, com tanta investigação, o vírus até poderá passar a ser controlável, mas o país morreu. O PM sabe que a ajuda económica e financeira tem de ser tão prioritária quanto o combate ao CoV19, mas inequivocamente abrangente, sem discriminações, sem papelada inútil, e mais rápida do que a luz. Senão o “fator” esfuma-se.