Que fartura. Assim, à primeira vista, e ainda sem pormenores, o Eurogrupo vai disponibilizar uma linha de 500 mil milhões. Vergaram a Holanda e outros que tais? Foi assim tão fácil? Como o Diabo está nos pormenores, convém aguardar para ver. De onde vem o dinheiro é a pergunta essencial. Se a maior parte for do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), como quer a Alemanha e afilhados, então temos uma segunda troika a governar os nossos países.
Será que foi o Sul que se rendeu? A birra dos holandeses baseava-se num pressuposto: a maior parte da ajuda tinha de vir do MEE, porque para aceder a ele são impostas várias condições aos Governos. Muito parecidas, aliás, com as que apanhámos de 2011 a 2015. Cortem, fechem, reduzam, acabem, terminem. A receita, sempre igual, do FMI.
A propósito, quando é que o FMI se renova, reestrutura, muda de ideias, está mais colado à realidade? O programa que nos aplicou em 2011, com a bênção plena e humilhante da União Europeia, foi o mesmo que nos tinha impingido nos anos 80. Fabulosa progressão! Muito modernos! E o MEE é uma cópia desfocada, e desadequada, desse milagroso remédio. É daí que vem a maior fatia?
Bom, está bem, sempre são 500 mil milhões de euros. E de imediato. A sério? Dividam pelos membros do Eurogrupo, a seguir pelo peso da população, depois pela percentagem do PIB, e no final, nós, em Portugal, vamos precisar de mais não sei quantos mil milhões, a correr, em SOS, para ficarmos à tona da água. Ou a respirar por uma palhinha.