Impunha-se, obviamente, a renovação do estado de emergência. Há vozes, como sempre, que acham excessivo. Que é muito mais restritivo. Que dá ao Governo poderes preocupantes. Que pode levar a abusos. Que pode estar em causa a nossa liberdade. Que vai matar a nossa democracia. Sei lá que mais, meu Deus.
E que tal um pouco de bom senso. Estamos numa emergência sanitária nacional, ou não? Ou só talvez. Ou assim-assim. Muito bem fez o Presidente da República (PR) em decretar há 15 dias, e renovar agora. Essa medida, esse estado, ajudou muito na contenção da propagação do vírus. Nós não nos podemos vangloriar com o que dizem e escrevem sobre o nosso desempenho sanitário excelente, e esquecer, ou apagar, que a emergência nacional foi um remédio importante. Crítico. Ou era naquela altura, ou hoje estaríamos, à proporção, a viver o dramatismo de alguns dos nossos parceiros europeus.
Mais: se abusos houvesse, se excessos existissem, se medidas extravasassem, os órgãos de poder nacionais atuariam. Desde logo o próprio PR que pode, a qualquer momento, revogar essa exceção. A emergência não anulou, ou diminuiu, os poderes dos órgãos de soberania previstos constitucionalmente. Mantêm-se todos a funcionar, integralmente. Presidência, Governo, Assembleia da República, e Tribunais, desde logo o Constitucional. Não chega? É pouco? Então não se esqueçam, por favor, do 4º poder, que não foi limitado: os Orgãos de Comunicação Social que têm a sua extraordinária capacidade de escrutinar qualquer excesso.
Mantenha-se a emergência, porque ela salva vidas.