Se é certo que uma andorinha não faz a primavera, também as atitudes individuais não podem espelhar o coletivo.
Isto a propósito dos acontecimentos relatados à exaustão sobre o triste incidente na Costa da Caparica. Perante um caso isolado, duma atitude individual que só vincula e deveria envergonhar quem a tomou, há logo um coro de vozes que se levanta dizendo que Portugal é um país xenófobo, racista, com resquícios de colonialismo.
Ora, mais que rebater com argumentos, nada melhor do que fazê-lo através de estudos que, curiosamente, não chegam ao grande público português.
A Foundation for the Advancement of Liberty publica desde 2016 um estudo que envolve a análise de 160 países, intitulado World Indez of Moral Freedom.
Comportamentos xenófobos, racistas e homofóbicos são cada vez menos frequentes e talvez por essa razão sejam tão divulgados. E bem! Há que tornar visíveis estas “anomalias” na posição global de Portugal, cujo percurso em direção à integração e à equidade é irreversível
Com ele pretende-se analisar, através de cinco grandes indicadores, a liberdade moral dos países.
Através de entrevistas aos cidadãos de cada país (numa amostra de 10% sobre o total do universo populacional de cada um) e a análise de dados emanados dos diferentes organismos estatais relacionados com cada um dos indicadores, o estudo inclui um Indicador Religioso; um Indicador Bioético; um sobre Drogas; um Indicador Sexual e ainda um Indicador de Género.
No que respeita ao índice religioso, o estudo pretende aferir a liberdade religiosa e a laicidade dos Estados.
Em relação ao indicador bioético, as questões colocadas quer a nível individual, quer a nível coletivo refletido nas decisões legislativas, dizem respeito sobretudo às posições relativas ao aborto e à eutanásia.
Já no que se refere à questão das drogas, o relatório refere o total de consumo, tráfico, tolerância social e programas de controlo e prevenção.
Os dois últimos indicadores, aparentemente redundantes, em boa verdade, são complementares porquanto o indicador sobre liberdade sexual visa analisar a forma como o Estado penaliza ou não as opções sexuais dos seus cidadãos e como estes entre si veem as diferenças que nos tornam todos iguais na diversidade.
Já relativamente ao género, pretende-se analisar a evolução (ou regressão nalguns casos) das medidas de proteção das diferenças de género (casamentos entre indivíduos do mesmo sexo ou reconhecimento de uniões de facto, adoção por casais homossexuais, etc), de programas de sensibilização e informação, por parte do Estado, mas também a forma como o cidadão comum na sua maioria lida com estas questões.
Ora, o estudo, que em 2020 colocava Portugal em segundo lugar no ranking dos países analisados, vem agora em 2021 concluir que o nosso País ultrapassou a Holanda, passando agora a estar no primeiro lugar neste Índice de Liberdade Moral.
Esta posição reflete um enorme caminho percorrido pela sociedade portuguesa em direção, não à tolerância, porquanto esta reflete sempre uma atitude mais ou menos paternalista em relação ao que se nos apresenta distinto, mas à equidade e à integração.
Comportamentos xenófobos, racistas e homofóbicos, são cada vez menos frequentes e talvez por essa razão sejam tão divulgados. E bem! Há que tornar visíveis estas “anomalias” na posição global de Portugal, cujo percurso em direção à integração e à equidade é irreversível.
Portugal não é um país racista. Tem é meia dúzia de indivíduos que ainda não entenderam que raça há só uma: a humana!
Como País estamos de parabéns e há que divulgar esta posição cimeira que só nos engrandece e nos orgulha!
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.