Uma das melhores formas de contrariar os maus momentos é tentar prever o pior cenário possível para a situação que nos angustia. Foi isso que, por exemplo, durante as décadas da Guerra Fria, salvou o mundo da destruição total: imaginar o que poderia suceder em caso de um conflito nuclear foi, sempre, o melhor argumento para deixar os mísseis e as bombas atómicas sossegadas nas suas rampas de lançamento.
Os vários relatórios que, nesta altura do ano, vão saindo sobre o estado do mundo são, nessa medida, uma boa inspiração para repetir esse exercício – única forma, no fundo, de podermos evitar que os sinais preocupantes que eles nos indicam não escalem para algo muito pior e impossível de reverter.