Na última noite, enquanto cada um de nós dormia ou lutava contra insónias possivelmente provocadas por coisas banais, partia um dos nossos. Não era da VISÃO, não era da Exame Informática, que dirigiu durante 17 anos, não era da TIN, era nosso. Era o homem – e o verbo no passado cai neste texto pesado como chumbo, impossível, como o impossível que é o Pedro não estar mais connosco – sempre presente. O homem que nos dizia a todos que não hesitássemos em lhe pedir ajuda. E a ajuda chegava sempre, tão rapidamente que se diria que ele não fazia mais nada do que socorrer-nos. Porque era isso que ele fazia sempre. Os “seus”, os mais próximos, da família EI, porque é disso que se trata, poderão dizer muito mais por privarem de muito mais perto. A mim – não há como não escrever na primeira pessoa – fica-me a certeza que o Pedro era luz.
Como me valia tantas vezes, eu já lhe escrevia, tantas vezes, sem dizer sequer “bom dia”, porque ele sabia que era o meu SOS, introduzindo o pedido de ajuda com um “Oh Pedrooooooooooo”. E ele respondia e ele resolvia. E ele incentivava e ele via números positivos onde eu só via negativos, ele agia como se só eu estivesse aflita com o tempo que nunca chegava e ele não, como se tivesse todo o tempo do mundo, como se nunca fosse demais, como se só existisse para nos deitar a mão.
Na ficha técnica da TIN é o diretor de Parcerias e Novos Negócios e Head of Digital, mas isso não traduz o que ele fazia, na realidade. O que ele fazia era ser o Pedro Oliveira, com quem tirávamos selfies à socapa quando a enorme televisão da redação do online da VISÃO o mostrava no Exame Informática TV e que depois lhe mostrávamos e ele ria. Gargalhada solta, franca. Gargalhada-espelho da pessoa absolutamente incrível que é (desculpem, este texto não aguenta mais pretéritos perfeitos).
Pedro, onde quer que estejas, abre lá o WhatsApp, por favor, que precisamos muito de ti.