Ninguém tem dúvidas rigorosamente nenhumas de que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem muitos problemas. É fácil constatá-los quando há urgências fechadas, por falta de médicos ou de enfermeiros, ou utentes que esperam eternidades por intervenções cirúrgicas, e por aí fora.
Apesar de ser um absoluto leigo na matéria e especialmente humilde na abordagem sobre tudo o que diz respeito ao SNS, sou capaz de afiançar que, mesmo com todos os constrangimentos financeiros, há erros de gestão que, a não existirem, podiam melhorar o funcionamento do SNS. Claro que podia dizer o mesmo de todas as áreas do Estado e da atividade privada. No entanto, os erros de gestão neste campo são mais visíveis e mais previsíveis. Mais visíveis porque a saúde tem um escrutínio maior ao lidar com um bem essencial nas nossas vidas, e mais previsíveis porque a pressão sobre as autoridades estatais para resolver os problemas do dia a dia é tanta que se torna muito mais comum cometer erros – a discussão sobre os salários dos tarefeiros face aos médicos do quadro é um exemplo flagrante disso mesmo.