A liberdade tem as costas largas. Em seu nome e, entre outras, a par de Deus, do bem comum e da igualdade, já se combateram as mais justas batalhas e se produziram as maiores barbaridades.
A nova economia também prometia mais liberdade. Libertava-nos das amarras dos contratos de trabalho, fazíamos o que queríamos, e quando queríamos, com as nossas vidas. Era a maravilhosa flexibilização. Acabava essa designação anacrónica de trabalhador para passarmos a ser todos empresários. Empresários de entregas de comida, de call centers, de televendas, de tuk-tuks, de limpeza e de uma enorme quantidade de et cetera.