Sem me dar conta, ou dar-me demasiada conta, já lá vão quase 6 semanas desde que a Califórnia declarou que ficássemos em casa, excepto os trabalhadores essenciais.
Para um extrovertido como eu, que ganha energia com interações humanas, conversas e abraços… e agora?
A adaptação foi fácil. Viver numa cidade onde as entregas em casa são acessíveis facilita muito o confinamento, ter a sorte de poder trabalhar de casa ajudou a manter a rotina também.

O que não esperava era que iria ser confrontado com os meus pensamentos. Não saber como será o futuro, quando vou voltar a Portugal ou ao escritório em São Francisco começou a gerar-me bastante ansiedade. Quando reparei que estava neste constante estado de alerta, percebi que algo tinha que mudar.
Não achei nenhuma cura ou solução, só a de viver um dia de cada vez, e estar confortável em não saber como vai ser o amanhã. Porém os dias passam rápido, uns dias mais para cima, outros dias mais triste – ser humano!
Sentimento de gratidão é algo que me tem acompanhado e com intenções que, depois de este pesadelo da pandemia passar, fique com a mesma intensidade!
“Vão-se os anéis, ficam os dedos”, penso, não por questões materiais, mas ao nível humano. Fico impressionado com a forma como nos adaptamos, e isso alimenta a minha esperança, que uso nos meus dias mais cinzentos.