A semana passada voltei a Portugal, depois de uns largos meses e notei algo interessante. Vivemos num mundo abundante de informação, porém, as nossas deduções têm sempre um caráter pessoal que as influencia. Será preconceito?
Ao morar na Califórnia, é fácil para mim reparar nas nuances que existem dentro da minha cidade e do país. Por exemplo, a realidade enfrentada numa grande cidade como São Francisco, onde é considerado aceitável pagar 15 euros por um copo de vinho, não é a mesma no centro do país.
Nem tudo na Califórnia é Hollywood, nem tudo nos Estados Unidos é Califórnia. isto é conhecimento comum. Mas, na minha última viagem a Portugal, comentava várias vezes essa mesma temática com família e amigos em Portugal que “generalizavam”, sem intenção, os Estados Unidos quase como se fosse só a Califórnia.
De todo é razão para se invocar isso como um descobrimento sociológico único. Porém, acho curioso. Porque é que nos esquecemos das nuances dos assuntos que estão fisicamente ou emocionalmente longe de nós?
Sabemos que nem tudo é preto e branco, pode haver muitos outros tons no meio, mas, nas retóricas do dia a dia, acaba por nos passar ao lado, quase como se fosse um preconceito.
Eu próprio, noto que também passo por esse tal “preconceito inconsciente”, que, sem intenção, me acaba por limitar. Conscientemente, prefiro mais tons na minha vida e menos limites na minha mente, pois afinal há tanto por explorar lá fora.