Lembro-me que há algum tempo, quando me mudei para Nova Iorque, a minha percepção de notícias era bem diferente do que a tinha tido em Portugal.
Ao crescer, o Jornal da Noite, não só marcava a hora do jantar lá em casa, como também era um pilar de informação de como Portugal e de como o mundo estava, todas as noites às 20h!
Em Nova Iorque e nos Estados Unidos tive acesso a outras perspetivas. Interessante que, por cá, a minha experiência era diferente: quando comecei a ver notícias na televisão, jornais ou internet reparava que havia um toque pessoal. Aqui já estava à que o jornalista ou quem descrevia a história a tornasse pessoal, e fosse até claro em relação a opiniões. O autor da notícia, além de relatar os factos, como estava habituado, era aberto em relação ao tema, se o apoiava ou não, e por aí adiante.
E isso era novo para mim. A voz dos factos, das notícias, da razão, por cá, tinha também opiniões do que era certo e que era errado? Mas onde poderia então ter acesso à imparcialidade?
Entendi então que era algo cultural e, de repente, os conceitos que sempre tinha observado através do grande ecrã de Hollywood faziam sentido, da existência de diversas fontes de notícias, de lobbys, de sentimentos e de expressão social. Será perfeito? Será imparcial?
Chego à conclusão que o perfeito é ser imperfeito e estar aberto a perspetivas. Opiniões reflectem sim a realidade de muitos indivíduos, porém de outros não. Obrigado Nova Iorque, mais uma vez, pela lição de diversidade.
VISTO DE FORA
Dias sem ir a Portugal: 14 dias.
Por aqui, fala-se muito das tarifas entre a China e os Estados Unidos.
Sabia que por cá o existem muitos canais públicos e a por cabo, que são pagos, exclusivamente dedicados a notícias, já há muitas décadas.
Um número surpreendente, de quase 2 milhões, que é o número de circulação do New York Times. .