As últimas semanas em Nova Iorque tem sido bem difíceis por causa da visita do ” Polar Vortex” do Ártico. Registram-se temperaturas mais baixas que o normal e, apesar de ser Fevereiro e de não ser o meu primeiro Inverno, confesso que choca um pouco estas temperaturas inesperadas.
Noto que as conversas na rua servem não só para quebrar o gelo como para manifestar muita vontade e saudades do Verão e que bom é o calorzinho.
Será que nunca estamos satisfeitos? Quando está calor queremos frio e vice-versa.
Olhando para trás, vejo que nos novaiorquinos e em mim também é importante essa inquietude de nunca estar satisfeito, de querer mais e de querer outras coisas.
Afinal, foi por causa dessas emoções e impulsos que decidi experimentar outras cidades fora de Portugal, outras comidas, outros empregos, outras experiências, que me tornaram quem eu sou hoje.
Claro que nem tudo foram rosas, mas até nas situações menos apelativas houve aprendizagens para mim – o saber o que não queria também.
Nada como experimentar, provar, de maneira responsável, claro, e aí analisar o que é compatível connosco. Como se vai saber sem se experimentar e correr riscos?
Esta postura de vida levou-me a experimentar trabalhos que adorei e outros que não. Comidas que ainda hoje me fazem água na boca e outras que não. Relações que existem desde década… e outras que não.
‘Bora lá frio, obrigado por me fazeres ver que não sou só eu o inquieto e que ando aí a experimentar, mas a minha cidade e o mundo à minha volta também!
VISTO DE FORA
Dias sem ir a Portugal: 115 dias
Por aqui, fala-se muito do discurso do estado da nação pelo Presidente.
Sabia que por cá quanto mais frio faz na rua, mais calor está nas lojas, restaurantes, centros comerciais, e no verão vice-versa.
Um número surpreendente, -26 graus Celsius, a temperatura mais baixa registrada em Nova Iorque, no dia 9 de Fevereiro em 1934.