Nesta época natalícia aproveitei mais uma oportunidade e visitar a cidade como turista, e observar do ponto de vista de crianças de 5 e 9 anos.
Interessante de ver o que é “fixe” para as crianças e que muitos dos planos que tinha feito para receber o prémio de melhor tio do ano tiveram que ser adaptados, umas vezes pela chuva, outras pelo cansaço e do jet-lag.
Muitas das coisas que achei que iriam ser interessantes acabaram por não ter o entusiasmo que esperava, como ver o Empire State Building, ir ao circo ou ao Museu de História Natural. E, ao perguntar depois da viagem, o que mais tinham gostado, recebi um top. O que eles, afinal, tinham preferido foi a loja dos M&Ms, andar de patins no gelo no Central Park, pilotar um simulador de avião e entrar dentro de um submarino. Momentos únicos e aliciantes para os mais pequenos incluíam coisas que também gostavam de fazer no dia a dia, desde passeios ao parque infantil, brincar com os filhos dos meus amigos e comer pizza!
Será que ser criança em Nova Iorque ou em Portugal muda assim tanto? Pela minha observação nestes dias, diria que não. O que é novidade e cria estímulos é exatamente aquilo em que eles querem participar, e não o que é suposto fazer ou experimentar. Não é uma descoberta sociológica pois já li noutros lugares, mas é muito bom de assistir a um mundo sem percepções ou preconceitos, onde o que é bom é bom e o que é menos interessante é automaticamente ignorado; seja em Lisboa ou em Nova Iorque!
E o facto de eles não falarem Inglês? Eu, à procura de algo perfeito, tinha medo que a barreira da língua pudesse estragar alguns momentos. Muito pelo contrário, não falar Inglês ou ter vergonha de dizer “thank you” era automaticamente ultrapassado. Aí, penso: que boa é esta liberdade e que bom é ter espírito de criança.
Obrigado António, obrigado Manuel por mostrarem ao tio o bom que é ser livre, e por terem o espírito livre de Nova Iorquinos no coração, mesmo antes de conhecer a cidade.
VISTO DE FORA
Dias sem ir a Portugal: 86 dias
Por aqui, fala-se muito do governo estar “desligado” pelo impasse entre presidente e o congresso.
Sabia que por cá o primeiro parque infantil apareceu em 1903?
Um número surpreendente: Só na ilha de Manhattan há mais de 200 parques infantis.