Quase sem se reparar passam 10 anos na cidade de Nova Iorque. Olhando para o passado, noto que muitas coisas mudaram, muitas experiências, muitas risadas.
E como responderia à pergunta: como é ser Português em NY?
Em Nova Iorque é muito fácil nos sentirmos à vontade de sermos nós mesmos, e que luxo isso é, quando comparado a outros lugares no mundo mais limitadores. Tenho que agradecer onde estou e que posso ser quem eu sou, sem limites!
Interessante o conceito de diversidade por cá, que de tão diversa acaba por fluir em normalidade do dia a dia. Ao fim ao cabo, sou diferente e sou igual a muitos à minha volta, tenho um sotaque, falo outro idioma além do Inglês e cresci com hábitos e sabores diferentes. Em conversas com Nova Iorquinos sempre há quem se surpreenda quando não reconheço algumas referências culturais de outra infâncias. Sempre pensamos que todos cresceram com as mesmas histórias infantis, por exemplo, o capuchinho vermelho todos conhecem, mas o Avô cantigas só quem cresceu em Portugal ou com raízes Portuguesas é que vai entender.
E como vivo Portugal por cá?
A verdade é que cada vez mais me sinto Português e Nova Iorquino, ao mesmo tempo, e gosto da pluralidade.
Nunca deixei de me sentir Português, mas parece que agora vivo mais essa parte de mim. Pode ser da idade, pode ser por estar cá, pois actualmente Portugal é um tema comum. Em 2007 quando me mudei, uma ou duas vezes por ano me perguntavam dicas sobre Portugal. Em 2018, uma ou duas vezes por semana estou a partilhar dicas onde comer em Lisboa ou a falar das ondas de surf na Nazaré ou a descrever o Pastel de Belém.
Ajuda muito estar neste centro do mundo, onde outros portugueses como eu são residentes. Sou sortudo, pois também estou rodeado de líderes que organizam muitas iniciativas, em que o tema central gira à volta de Portugal, para Portugueses e para aqueles atraídos por Portugal. Este mês tive a sorte e o prazer de participar em algumas dessas iniciativas, como uma celebração do 10 de Junho, um fórum de economia Portuguesa, uma gala da Câmara de Comércio e uma feira de rua no Soho, onde todas as barraquinhas eram dedicadas a propostas portuguesas; e outros eventos mais, e claro sem esquecer das festas para ver os jogos de Portugal no mundial; e ainda o mês vai a meio.
À memória vem o slogan, todos diferentes, todos iguais, mais uma vivência de Portugal que partilho com Nova Iorque, e Nova Iorque comigo; e mais um brinde à diversidade e inclusão e a todos os líderes que continuam dedicados a que tal aconteça!
VISTO DE FORA
Dias sem ir a Portugal: 99 dias.
Por aqui, fala-se muito sobre a decisão de separar crianças dos pais, e das crianças detidas na fronteira.
Um número surpreendente, este mês de Junho existem mais feiras de ruas do que dias do mês. .
Sabia que por cá já existe pelo menos uma padaria, que conheça, no meu bairro de Chelsea que vende pastéis de nata, bolos de arroz e outras iguarias de Portugal .