Paulo Rangel entendeu esta semana, pela primeira vez, falar publicamente da sua homossexualidade. Não foi ao acaso que escolheu fazê-lo neste timing e num programa de domingo de lágrima fácil e grande audiência, onde atendem estrelas de televisão e vedetas pop, e não numa entrevista mais formal a um político. Este foi o primeiro passo na corrida à liderança do PSD, que começará no dia 26 de setembro à noite, e onde é o mais bem posicionado para fazer frente a Rui Rio.
Rangel já antes tinha orquestrado uma tentativa de chegar ao topo do PSD em 2017, e estava muito bem posicionado. Nessa altura, tinha reunido os apoios necessários, das distritais aos nomes fortes para braços direitos. E, à última hora, surpreendentemente, saiu de cena. À boca pequena, dentro do partido e nas lides jornalísticas, sabia-se porquê: tinha sido ameaçado com a mais vil das estratégias, uma “campanha suja” de expor a sua vida privada. Aquela que veio mesmo a acontecer agora, pela mão inimiga dos que se sentem ameaçados por ele.