De cabeça para baixo, numa vertical perfeita, como se tivesse ensaiado bem o movimento. Os braços ao longo do corpo, a perna esquerda semidobrada, dando a ilusão de uma impossível corrida transversal àquela de que não pode fugir. Calças pretas, camisa branca, os sapatos calçados. Paralelas ao homem, atrás dele, riscas de dois edifícios geometrizam a tragédia. Eram 9 horas, 41 minutos e 15 segundos, em Nova Iorque, nessa manhã de 11 de setembro de 2001. Mais tarde, os físicos concluíram que o homem atingiu uma velocidade de 241 quilómetros por hora e que o seu salto para a morte demorou cerca de dez segundos, um tempo inferior ao que nos trouxe do início do texto até aqui.
*