Pare de se contaminar pelo medo dos outros!
Sabe quantos “autocarros do medo” circulam pelas ruas desta cidade?
Todos sentimos medo! E ainda bem que o sentimos porque ele protege-nos. Mas, também nos pode paralisar e/ou fazer a nossa vida num inferno.
O nosso cérebro está desenhado para experienciarmos, dito de uma forma simples, coisas familiares. E quando tal não sucede, fica assustado e em estado de alerta. Muitas vezes, senão a maioria das vezes, sem fundamento real para tal e porque entrámos no “autocarro do medo” de alguém, seja do namorado, do marido, da mãe ou do pai, do pivô da televisão, do locutor de rádio, dos jornais e revistas, dos posts publicados nas redes virtuais, dos governantes…
Muito para além dos factos verbalizados poderem ou não ser verídicos, as suas imagens mentais e estados emocionais podem “contagiar-nos”.
Já experimentou desligar o som da televisão durante um noticiário? Experimente!
Somente o tom de voz e entoação com que algumas notícias são dadas têm uma influência brutal no seu estado emocional. Algumas manchetes de jornais e revistas também podem ter o mesmo impacto. Assustá-lo e fazê-lo sentir medo, ou mesmo, muito medo!
Notícias sobre hipotéticos e catastróficos cenários futuros, que ninguém neste Mundo pode demonstrar se virão ou não a concretizar-se, a juntar a imagens profundamente chocantes e sons potenciadores de emoções altamente perturbadoras, como ansiedade, angústia e desespero, podem fazer com que o seu consciente fique tão sobrecarregado de informação que nem sequer tenha tempo de questionar “será que isto é mesmo verdade, ou pode mesmo vir a ser assim”, e no seu inconsciente sejam instalados alguns “padrões” que o vão fazer sentir menos bem, a maior parte das vezes sem saber muito bem o que está a acontecer.
Isso acontece porque, sem ter a perceção, entrou num desses milhões de “autocarros do medo” que circulam a toda a hora por aí e pelo mundo inteiro, e corre o perigo de se “afogar” num “poço” de representações mentais e emoções alheias, sem sequer se aperceber.
Sentado no banco traseiro, você pode nem saber por que “ruas” dos seus circuitos neuronais o leva o condutor, e só mais tarde, quando não consegue dormir, nem trabalhar, nem sentir-se bem e feliz, pensar: Mas que raio está a acontecer comigo?
Provavelmente, sem dar por isso, o seu inconsciente andas às voltas a tentar sobreviver, fazendo-o sentir no corpo que algo não está bem e que precisa de tentar perceber o quê.
E o que é que se passou realmente para se ter metido nesse “autocarro” e deixar-se conduzir por outro, sem saber para onde o leva?
Aconteceu que não teve sequer tempo de decidir se queria ficar a ver passar os “autocarros do medo”, ou ficar apenas a observá-los como um mero observador, ou mesmo virar costas e ir à sua vida. Pois, se não está atento, é muito mais fácil entrar e deixar-se ir, do que permanecer observando, longe da “paragem do autocarro”.
As ideias gigantescas passam a tal velocidade que a sua mente pode ficar tão surpreendida quanto curiosa, sem lhe dar sequer tempo de se perguntar: eu quero ver e ouvir isto? Isto é bom para mim? Eu aprendo e evoluo com isto? Isto contribui para o meu desenvolvimento pessoal? Persevera a minha sanidade mental? Porque me deixo conduzir pela mente de outros e percorro as ruas da cidade conduzido por outros e pelas suas emoções? Porque não conduzo o meu carro e/ou fico simplesmente atento e questionando o que se passa à minha volta?
Algumas pessoas, depois de muitas voltas alucinantes nos mais variados “autocarros do medo”, decidem mandar parar aquele em que viajam e sair, para não voltar a entrar.
Sabe o que assusta realmente a maioria das vezes e pode gerar mais ou menos medo?
Não é a situação em si. É a ideia muitas vezes “monstruosa” que algumas pessoas transportam nas suas cabeças, quando se põem a fazer avaliações do presente e a tentar adivinhar o futuro. Quantas coisas que foram previstas acontecer desde que esta pandemia surgiu que não aconteceram, graças a Deus? Quanto sofrimento mental provocado desnecessariamente?
Sim, foi e continua a ser necessário definir estratégias para enfrentar os mais variados cenários. Isso é sermos conscientemente responsáveis. Outra coisa é explorar emocionalmente essas mesmas situações, dissertando sobre elas como se estivessem a acontecer e difundindo o pânico.
Sim, temos todos de continuar a proteger-nos e a proteger quem mais amamos o melhor que soubermos. E temos todos o dever moral e social de o fazermos com excelência.
Mas, não permita que as imagens de terror que vivem nas mentes alheias entrem na sua mente, pois se o permitir as sequelas a nível da sua saúde mental e física não se vão fazer esperar.
Seja seletivo naquilo que vê, escuta. Tenha em atenção que precisa também proteger a sua mente de tudo o que se passa à sua volta. A sua mente não é caixote do lixo e deve protegê-la, assim como protege a sua integridade física.
E se já foi “contagiado” com essas “imagens” que lhe fizeram passar como sendo a realidade, mas que muitas delas não passam de uma perceção singular, diminua a sua dimensão, questione, busque informação fidedigna. Não se deixe contagiar por expressões verbais e não verbais de desespero e pânico de quem o verbaliza. Pense: é a sua maneira de percecionar, pode não ser a minha! Existem muitas mais!
Selecione fontes de informação que não privilegiem o drama. Esqueça as outras!
Não se deixe influenciar pelos estados emocionais dos outros quanto ao que está a acontecer. Seja critico e pense com as sua cabeça. Não com a dos outros.
Não “dance” a “dança do futuro”. Nem se retenha no passado. “Dance” a “dança do Agora”. Com a música do Agora! É a única que tem. Faça acontecer. Não pare o “filme”, seja o seu autor e realize-o.
Resiliência é 90% de Determinação e 10% de Entusiasmo. Consiste na habilidade de ver situações difíceis como oportunidades e ser uma pessoa melhor.
Sinta-se resiliente! Faça depender os resultados da sua inteligência, não de terceiros. Só você se pode ajudar a si mesmo. Quanto mais difícil, mais fortalecido saíra!
Talvez o presente mais importante que pode dar a alguém Agora, seja “Esperança”!
Tenha e ofereça Esperança!