Vivemos tempos de crise. Alguns dizem, inclusive, que vivemos tempos de guerra e que o nosso inimigo é “invisível”. Se esta for, de facto, uma guerra, parece que a humanidade está toda do mesmo lado e luta nas mesmas trincheiras, numa batalha conjunta pela sua própria sobrevivência.
No meio do caos e da imprevisibilidade, alguns aspetos interessantes têm ressaltado. Os níveis de poluição diminuíram, o ruído também, as pessoas ganharam tempo, tanto tempo que nem sabem o que fazer com ele. Aumentou o tempo em família e as atividades em conjunto. Provavelmente, nada voltará a ser como antes. O vírus poderá tornar-se menos presente, mas os efeitos da sua passagem permanecerão em cada um de nós.
Com tanta incerteza, uma coisa tem sido certa, a necessidade de voltar para casa, voltar para os seus. Quem trabalha no estrangeiro, quem foi em turismo, quem vive longe da família e até aqueles que vivem perto. Numa fase que se tem revelado extremamente difícil a todos os níveis, o que mais as pessoas têm sentido, é a necessidade de estar com os seus, de estar em “casa” com aqueles que ama. Há momentos que nos fazem refletir sobre o que é verdadeiramente importante e, que nos fazem entender que gostamos dos nossos pais, filhos, irmãos, cônjuges ou tios, mais do que aquilo que imaginamos. Serão eles o nosso “porto seguro”? Será isso que nos faz correr para eles neste momento difícil? Será isso que nos faz querer proteger “os nossos”?
Em tempos de crise, é importante refletir sobre isto e fazer ajustamentos na nossa vida. A forma como vivemos e olhamos as coisas já se alterou profundamente. Depois disto, todos teremos que repensar quem somos, de onde vimos e para onde vamos. E, neste caminho, quem quereremos ter connosco?