Elas são atraentes, inteligentes, simpáticas, empáticas, generosas, tem personalidade e um sorriso contagiante, são bem-sucedidas, independentes, desportistas, cuidam de si, são autoconfiantes, tem sentido de humor, ocupam cargos relevantes nas empresas, salvam vidas, elaboram sentenças, estão na televisão… e todos pensam que os pretendentes a namorados fazem fila por onde quer que elas passem.
Mas será que é mesmo assim?
Será que estas mulheres de trinta, quarenta, cinquenta, sessenta anos (porque existem mulheres de sessenta anos lindas de cair para o lado, e em Portugal também!), solteiras, divorciadas, viúvas…com todas estas características têm mesmo muitos homens atrás delas?
Sim, algumas sim, mas a ideia de que muitas delas têm, senão paletes, várias caixas com homens interessados à porta de casa, e que é só tirar o laçarote, desembrulhá-las e abri-las que eles saem de lá aos pulos, isso não é de todo verdade, para não dizer que é uma grande mentira.
A verdade é que muitas dessas mulheres, especialmente as de trinta e quarenta anos ainda solteiras, apesar de terem todas essas características estão sozinhas, e algumas entram em desespero a pensar que não vão encontrar ninguém para ter uma relação, viver juntos, talvez casar e ter um bebé.
E o mais curioso é que muitos dos homens com as mesmas “nuances” também estão sozinhos e não queriam estar!
Quanto àquelas que já experienciaram a vida a dois, se separaram ou divorciaram e que tem um ou mais filhos, o seu maior receio é exatamente não conseguir encontrar o “tal”, diferente do outro “tal” ou “tais”, que deixaram de o ser por uma ou mais razões.
E, mais uma vez, o curioso repete-se: também muitos deles sentem pânico dos “filmes” em reprise!
Uma das perguntas que estas mulheres se fazem e que mais ouvi nos últimos tempos é: “Mas o que é que eu tenho ou faço de errado?”
Se fosse um curriculum vitae, eu diria que talvez o problema fosse curriculum a mais, mas no que respeita a todas aquelas características, o que fazer?
Porque será que muitos homens se sentem intimidados com estas mulheres ao ponto de pensarem: “Jamais vou ter qualquer possibilidade…mais vale nem tentar!”
Quem procuram estas mulheres para companheiro?
Quais os seus principais receios?
Vamos começar pelos medos delas.
É verdade que algumas dessas mulheres guiadas pelo seu principal inimigo medo e pelo seu “assistente” desconfiança, numa primeira abordagem podem não reagir ou colocar a “artilharia pesada” toda a postos e começam a disparar…receiam quase tudo: que estejam a brincar, que tenham a mesma conversa com mil mulheres por dia, que queiram pedir algo, que queiram só sexo ou protagonismo e tirar partido, que queiram dinheiro, que tenham qualquer outro interesse, que inventem, que vendam informação, que invadam a sua privacidade, que as persigam, que sejam doentes mentais…
Outras confrontam-se com milhões de smurfes que gritam em uníssono “vais dar-te mal outra vez”, outras ainda, acham que porque aceitam um convite para sair ele já vai querer casar com elas, ou imaginam logo o “para sempre ao seu lado” e começam a viver de imediato o conto já gasto e desbotado de tão repetido “E foram felizes para sempre”, e depois de experienciar muitas frustrações ficam com alergia a homens e mandam-nos todos passear.
Existem ainda muitas outras mulheres, especialmente na sociedade portuguesa, e principalmente mulheres com visibilidade pública, que sentem vergonha em iniciar ou “alimentar” uma conversa com um desconhecido que as atraí na rua, no supermercado, nas redes virtuais, porque pensam que ele vai de imediato considera-las atrevidas, vender a história ou os SMS às revistas cor-de-rosa ou seja o que for…
Alguns homens, os mais corajosos, tentam aproximar-se, fazem algumas experiências, lançam-se desafios…mas o problema é que muitos deles sentem realmente alguma insegurança ao abordar estas mulheres pois elas parece viverem num mundo à parte, e eles receiam ser rejeitados. Muitos acabam por pensar “é muita mulher para minzinho” e decidem afastar-se.
Elas, continuam sozinhas. E muitos deles também, à espera de milagres!
O que fazer então?
Será que elas são mesmo intimidantes e inacessíveis como eles pensam?
Não, não são! A maioria são apenas mulheres que sabem o que querem, e isto pode assustar os homens porque podem perguntar-se: “Mas afinal para que é que ela precisa de mim?” ou “Será que vou estar à altura?” É aqui que entra a autoestima e a autoconfiança deles as quais vão ditar o quão intimidante essa mulher é.
Não são elas que são intimidantes. São eles que decidem pensar que elas o são. Naturalmente porque toda esta sociedade está “montada” no sentido de existirem seres superiores, intimidantes e com poderes sobrenaturais, entre os quais os apelidados Vips, muitas deles sem sequer saberem porquê, mas isso também não interessa!
Muito para além da ideia de essas pessoas intimidarem ou serem seres inalcançáveis (porque é só uma ideia!) independentemente da visibilidade que tenham e do que façam, elas são mulheres que procuram viver um Amor de verdade e encontrar um companheiro em quem confiar. Tal como eles, com ou sem sucesso, mais carros, menos casas, mais dinheiro, menos piscinas, mais viagens….
Nenhuma mulher deve, por um segundo sequer, deixar de ser quem é e abdicar do projeto de vida que construi para si, para que o companheiro se sinta seguro. Não é ela que tem de descalçar os “sapatos de salto alto”, é ele que tem de saber admirar, valorizar e reconhecer a forma elegante do seu andar e abraçá-la com admiração e gratidão.
As mulheres que parecem intimidantes, inalcançáveis e um Perigo para o coração masculino, sejam ou não Vips, muitas delas, senão a maioria, não o são. São mulheres encantadoras de uma simplicidade indescritível, com um coração transbordando Amor, sempre disponíveis para os outros, que alcançaram o estatuto que tem à custa de muita luta, coragem, persistência e trabalho árduo, que passaram por experiências duras que as fizeram aprender que a vida não é cor-de-rosa, mas também pode ser, que gostam de brincar, de se divertir, de passear, de dizer disparates, que também se sentem tristes e choram, que vão de férias sozinhas quando gostavam de ir acompanhadas, mas os amigos não estavam disponíveis e elas decidiram que mereciam ter férias, que têm uma autoestima, autoconfiança e amor próprio grandes, que dizem o que pensam, que não precisam de provar nada a não ser a elas mesmas… e talvez seja mesmo isto que assusta!
Mulheres que procuram um alguém para namorar que as ache lindas sem maquiagem, descalças, de pijama, ao acordar… com quem sintam poder sentir, ser, respirar e viver fora das câmaras, das passadeiras vermelhas, das empresas, dos consultórios e hospitais, dos tribunais, dos escritórios, dos aviões… porque elas estão por todo o lado, e em todo o lado, e procuram homens com a mesma simplicidade, mas especialmente um grande coração!
Elas parece terem tudo, mas muitas dessas mulheres trocariam esse tudo para viver um Amor de verdade.
Os homens precisam esquecer que existem mulheres intimidantes, inacessíveis, inalcançáveis, que são um perigo para o seu ego… olhar mais para dentro do seu coração e perguntar-se:
Será que eu vou ser capaz de a aceitar e amar com todo o meu coração?
Se a resposta que encontrar for sim, então essa mulher vai querer estar consigo e ao seu lado a cada momento da sua vida.
O medo pode ser o nosso pior inimigo! A vida passa depressa demais para nos deixarmos guiar pelos medos e receios.
As mulheres precisam de começar a aprender a verbalizar os seus interesses e afetos sem vergonha ou pudor.
Se gostava de sair com alguém que lhe desperta interesse, seja criativo, esqueça o cafezinho que já passou à história e “meta conversa”! (tomando os devidos cuidados especialmente nas redes sociais!).
Ela parece a Lua, e ele o Sol… distante, distante?
Arrisque!
O que pode acontecer de pior? Não ter resposta! Passe à frente…
O que pode acontecer de melhor?
Conhecer alguém que parecia um intimidante perigo e que é uma pessoa “normal”, divertida e fascinante!
Verdade?
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