A nossa comunicação diária reflete as relações sociais e profissionais que mantemos uns com os outros. Quer isto dizer que a forma como tratamos a pessoa com quem falamos é condicionada pelo grau de intimidade e a relação de confiança que mantemos com ela. É esta relação de proximidade ou distância que determina o uso de um registo mais ou menos formal, bem como a escolha das palavras, do estilo linguístico ou das formas de tratamento.
Este assunto pode parecer simples, a priori, mas na verdade é bem mais complexo do que imaginamos. Que atire a primeira pedra quem nunca hesitou na forma de tratamento a dirigir a alguém com quem faz alguma cerimónia…
Quando existe um elevado grau de confiança e intimidade entre os interlocutores, por exemplo entre familiares, amigos e colegas, devemos usar as formas de tratamento informal amigo, querido amigo, caro colega ou então a forma pronominal tu.
Se, pelo contrário, existe uma distância social entre os interlocutores, devem ser usadas formas de tratamento formal, de respeito e cortesia, como senhor João, dona Maria, associadas ao título académico ou profissional, se for o caso: senhor Dr. João, senhora Dr.ª Maria, senhor professor, senhor engenheiro, senhor arquiteto…
E em relação ao pronome você? Esta forma de tratamento deve ser usada apenas de igual para igual, ou de superior para inferior; nunca deve ser usado de inferior para superior, em idade, classe social ou hierarquia profissional, de acordo com o protocolo linguístico.
E nas situações em que não sabe como tratar o seu interlocutor? Eis uma ótima solução: não use qualquer forma de tratamento nominal, mas unicamente o verbo na 3.ª pessoa do singular: Deseja café ou chá? Tem horas que me diga, por favor?
Em conclusão, quer se utilize um tratamento mais formal ou menos formal, é unânime que todos nós gostamos de ser tratados pelo nosso nome. Com ou sem título académico associado, é o nosso nome que nós mais gostamos de ouvir!