Pronto, pais! O pior já passou, não volto a repetir essa palavra, não precisam de fechar já os olhos. Mas preparem-se, vou falar de um tema sensível, pois sendo o meu objetivo aproximar-vos um pouco da mente de um adolescente, este é um tema que simplesmente não posso deixar fugir.
“The elephant in the room”.
A sexualidade dos filhos, que se começa a manifestar mais marcadamente na adolescência, é algo assustadora para os pais. Mas não se deixem enganar, para nós jovens, também o é. Por isso, em vez de nos escondermos deste tópico, o que acham de o enfrentarmos todos juntos?
Apesar de o mundo à nossa volta estar cheio de referências, seja em filmes, séries ou nas redes sociais, as relações sexuais (melhor?) não deixam de fazer muitos de nós corar. E à medida que crescemos, mais estas referências invadem a nossa vida pessoal. Entre conversas com amigos, convivência social e primeiros amores, a popularidade do tema entre adolescentes é algo impossível de ignorar.
É provável que alguns pais se estejam neste momento a perguntar em que altura ou idade exata é que têm que se começar a preocupar. A melhor resposta que vos posso oferecer é que na verdade, não sei. Não tenho uma bola de cristal. Mas não se preocupem, apenas nos filmes é que a maior parte de nós já são especialistas no assunto.
Posso dizer que tenho amigos que começaram mais cedo e outros mais tarde. Muitos ainda estão à espera do momento certo. No entanto, algo de que tenho total certeza, é de que a maneira como os pais decidem tratar desta questão influencia profundamente a maneira como os filhos encaram a sua própria sexualidade.
Neste momento, qualquer dúvida que tenhamos em relação ao assunto pode ser resolvida com uma rápida busca pela internet. O papel dos pais deixou de ser tão importante a nível de partilha de conhecimento. Mas para aqueles pais que encaram isto como uma maneira de fugir ao tema, aconselho-vos a reconsiderar.
O vosso comportamento é determinante.
Existem os pais que mostram repulsa e desdém sobre qualquer matéria do tipo. Existem aqueles que ignoram completamente a existência da sexualidade dos filhos. Existem outros que falam de relações sexuais frequentemente. Existem mais.
E, em resposta, existem adolescentes que reprimem a sua sexualidade como se fosse um pecado. Existem aqueles que a escondem. Existem outros que a exibem com orgulho. Existem mais.
Mas claro que isto não são respostas matemáticas. Não existem cálculos perfeitos e resultados correspondestes. Existem apenas pais e filhos que vão tentar ler a palavra SEXO (ups!) e respeitar que ela faz parte de ambos os nossos vocabulários.