Tarde de sábado, o sol a prumo num céu estático. Um fresco rumor de mar insinuava-se como uma bênção por sobre o estridente alarido das cigarras. Bananeiras dormiam no fundo do quintal. Galinhas ciscavam a areia. Duas mesas largas, colocadas à sombra de um caramanchão de buganvílias — e nós em redor. Quando o mufete chegou já eu cometera a imprudência de aceitar duas caipirinhas, e esforçava-me, sem grande sucesso, por acompanhar a conversa. O meu amigo Dadinho, importador de vinhos e licores, espetou o dedo magro no peito do capitão Atanagildo:
— Quando eu morrer e for conduzido à presença de Deus, para ser julgado pelos meus inúmeros pecados, levo um mufete da Mamã Graça. Tenho a certeza de que Deus prova o feijão de óleo de palma e me perdoa…