A Grécia é um extraordinário país que está na origem de toda a civilização europeia. Depois da Grécia, Roma: foram os Estados que nos criaram. Portugal, como se sabe, só depois desses Estados, se tornou independente. Antes da Inglaterra, da França, da Espanha, da Alemanha, etc.
Vem isto a propósito da Grécia de hoje, que entrou em crise depois da Irlanda e da Alemanha da senhora Merkel, a ex-comunista, que tratou a Grécia ignorando a História, como se fosse um pequeno país e impôs-lhe a austeridade que veio a afetar toda a União Europeia, a começar por Portugal, Espanha, Itália e outros Estados europeus, mais ou menos atingidos.
Pois bem, após tantos anos de crise, a Grécia impôs-se e apesar da crise que ainda atravessa o povo grego resolveu relançar–se, ignorando a enorme dívida que ainda tem. A senhora Merkel, que tanto mal fez a toda a Europa, mas que desde as últimas eleições perdeu a maioria que tinha e agora depende dos social-democratas, quis intervir na Grécia, mas isso não lhe foi permitido.
A Grécia diz pretender pagar as suas dívidas quando puder, mas o importante é desenvolver-se agora, com gente nova. As eleições vão ocorrer no próximo domingo e espero que ganhe ou, pelo menos fique numa boa posição, o meu amigo, que tanto admiro, Alexis Tsipras – líder do Syriza.
Mas mesmo que não seja assim a Grécia vai melhorar muito e voltar a ter uma grande importância o que, aliás, é muito relevante para a União Europeia. Mais uma razão para pensar que a União Europeia vai mudar para melhor e que a senhora Merkel está a perder o poder que teve. Ainda bem!
MIGUEL TORGA No sábado passado Coimbra celebrou o vigésimo aniversário do desaparecimento do grande escritor Miguel Torga. Conheci-o muito bem e fui seu amigo e admirador. Tenho todos os seus livros, alguns autografados. Foi um excelente médico, de profissão, e um grande escritor, que não recebeu o Prémio Nobel, talvez por ser de trato difícil. O que não aconteceu a José Saramago, que não era também de fácil comunicação, mas cuja esposa, Pilar del Rio, tudo fez por ele. Com êxito, como se sabe.
Disse-me uma vez Miguel Torga, logo após o 25 de Abril, “Você, Mário, não precisa de fazer nada, basta meter-se em cima de um andor e deixar andar, porque isso é suficiente para o aplaudirem”. De outra vez, ao fazer um discurso em Aveiro, fiquei afónico e fui, depois, ao seu consultório em Coimbra, levando escrito “estou sem voz”. Disse-me, com ar imperativo, “dispa as calças”. Fiquei hesitante e ele insistiu: “dispa as calças, já disse”. Assim fiz. Deu-me uma injeção e subitamente fiquei com voz.
Miguel Torga era realmente um grande português. Amigo do seu amigo e que deixou uma grande obra em livros que hoje, infelizmente, não são tão lidos como deviam.
JÚLIO ISIDRO Um extraordinário comunicador, hoje infelizmente afastado da visibilidade da televisão, está a comemorar 55 anos de carreira. Sempre o apreciei imenso, considerando-o dos melhores comunicadores que Portugal tem. Por mim dou-lhe os parabéns pela sua importante carreira e estou certo que em breve tudo mudará neste País e o teremos de volta.