<#comment comment=”[if gte mso 9]> Normal 0 21 false false false PT X-NONE X-NONE MicrosoftInternetExplorer4 A solidariedade é, nesta edição da VISÃO, o grande tema. Parece-me uma ideia muito interessante e atual. Sobretudo num momento tão difícil, política e socialmente, em que o Governo de Passos Coelho, em queda total e rejeitado pela esmagadora maioria dos portugueses, só tem a solidariedade do Presidente da República, que prima por não falar e só é solidário com esse mesmo Governo, por estarem os dois profundamente comprometidos e ambos próximos do fim dos mandatos. A solidariedade entre eles, repito, é evidente. Contudo, a solidariedade, tal como a VISÃO a descreve, não é esta. É, tanto quanto julgo, uma solidariedade entre pessoas, com ideias comuns e os mesmos princípios e um bom entendimento no que diz respeito aos valores humanos e democráticos.
Vem a propósito falar de um grande artista, fadista desde jovem, que aprendeu com sua mãe, Lucília do Carmo, a cantar. É incontestavelmente o maior fadista português. Carlos do Carmo, que acabou de ser distinguido em Hollywood, Estados Unidos, com um prémio extremamente importante, o Grammy Latino, dedicou-o aos seus compatriotas portugueses, traduzindo, nesse gesto, o sentido e o valor da solidariedade para com o nosso povo.
Ouvi algumas vezes Carlos do Carmo cantar o fado quando a sua mãe ainda era viva. E, já depois do 25 de Abril, sendo eu ministro dos Negócios Estrangeiros, levei ilustres políticos estrangeiros a ouvi-lo para ficarem a saber o que era o fado.
Curiosamente, só muitos anos depois, tive ocasião de conhecer bem o artista. E, mais recentemente, tornámo-nos amigos, tendo-nos encontrado por duas vezes na Aula Magna da Universidade de Lisboa, onde participou ativamente na defesa da Liberdade e da Democracia. Convidou-me para visitar com ele a Cordoaria Nacional, onde havia uma exposição sobre a sua obra, nos seus 50 anos de carreira. Mas, infelizmente para mim, fui adiando e acabei por não conseguir visitar a exposição.
Nos Estados Unidos, onde agora esteve e foi galardoado com um dos prémios musicais de maior prestígio internacional, quis dedicá-lo expressamente aos portugueses, com isso dando, democraticamente, um bom exemplo do que é a verdadeira solidariedade. Honra lhe seja. Um grande amigo, Carlos do Carmo!
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