Quando o Mundial do Brasil está a entrar na fase decisiva de apuramento na fase de grupos, os portugueses confrontam-se com a forte probabilidade de ficar sem ter por quem torcer, em termos meramente patrióticos. Com Portugal à espera de um milagre e as duas seleções orientadas por selecionadores portugueses a necessitar também fazer muitas contas, tudo aponta para que, a partir do próximo sábado, só nos reste torcer por aquele que, habitualmente, é o elo mais fraco, o mais odiado dos homens do futebol indígena: o árbitro. Pedro Proença, de seu nome.
A prestação nacional neste mundial tem sido, até ao momento, um desastre. Portugal está ligado à máquina, sem força, sem homens e sem pinga de raça. Tudo o que parece sobrar ao Gana, a quem é suposto ganhar, na quinta-feira. E por muitos. Quem acredita, depois das prestações das duas equipas até aqui?
Com a nossa seleção já com as malas praticamente aviadas, há ainda esperança nas prestações da Grécia e Irão, orientadas, respetivamente, por Fernando Santos e Carlos Queirós. Tal como o colega Paulo Bento, também eles a fazer contas, depois de conseguir apenas um empate nos dois primeiros jogos. E sem qualquer golo marcado…
Posto isto, e a não ser que surjam por aí alguns milagres, os representantes do futebol português serão todos recambiados até ao final da semana. Uma péssima imagem para um país que, nos últimos anos, tem conseguido excelentes prestações, seja em competições de seleções, seja a nível de clubes. Para já não falar dos vários jogadores e treinadores que brilham por esse mundo fora.
Restará aos portugueses ficar a torcer pela equipa de arbitragem liderada por Pedro Proença, a única representante nacional que, nesta altura, mostra competência e capacidade para ir longe na competição. A primeira prestação, no Croácia-Nigéria foi imaculada. Se amanhã, no Japão-Colômbia, repetir o desempenho, Proença fica lançado para a fase de eliminatórias. Uma vez aí, e sem Portugal em competição, ficará a depender apenas de si próprio (e dos seus auxiliares) para garantir a presença na final. O que, a acontecer, não deixará de ser irónico.