Pedro Passos Coelho deu uma entrevista ao diário espanhol El País, no quadro de uma visita a Madrid.
A entrevista é morna. Mesmo assim, vale a pena olhar para três coisas.
Positivo – explicação meridiana para o adiamento do TGV Lisboa-Madrid: “Para Portugal é fundamental ter um corredor central em bitola euoropeia que ligue, a partir dos portos de Sines e de Algeciras, a península ao resto da Europa. Para o crescimento económico, isto é mais prioritário do que o transporte de passageiros”
Negativo – nas visitas a Madrid, Berlim e Paris não chega o objectivo de “trocar informações sobre os mecanismos de resposta à crise financeira”. É preciso ter propostas concretas, fundamentadas e ser capaz de as defender em conjunto com outros parceiros, em vez de se apresentar como o representante de um país (supostamente) masochista.
Assim-assim: Passos Coelho teve bem ao reconhecer que “Portugal tem um dos índices mais altos de desigualdade na distribuição de riqueza” da UE. E até disse que “temos de aplicar políticas que permitam uma redistribuição de rendimentos mais equitativa.” Temos de? Quando? Não será esta a altura de as aplicar?