Nova Iorque de arco-íris fica especial. Em todos os junhos, mas este ano ainda mais com a celebração de meio-século de orgulho LGBT, conhecido como pride. Conversas de igualdade e direitos humanos sempre foi algo que me atraiu e, como muitos nova-iorquinos, também sinto orgulho dos muitos exemplos que a cidade dá para outros cantos do mundo.
Orgulho-me de a cidade estar cheia com muitos eventos, desde debates, cinema, arte, música, comícios e a famosa parada “gay pride”. O objetivo é simples: falar e celebrar os temas desta comunidade, alguns ainda tabus para muitos; desde orientação sexual, intersexualidade, transexualidade até à identificação de género. Impressionantes são as estatísticas e os impactos atuais, que ainda existem, que vão desde a situação de sem-abrigo, o desemprego e até ao suicídio.
Sinto-me privilegiado por estar em Nova Iorque no século XXI, pois sinto que qualquer que seja a minha cor, orientação, identificação, eu sinto-me seguro sendo quem sou.
Dou valor à minha atual liberdade, pois nem sempre me senti assim. Cresci confuso porque me sentia diferente e na minha cabeça de adolescente isso era mau. Internamente lutava comigo mesmo, talvez por não saber melhor, talvez por não querer ser chamado de mariquinhas ou de ser apontado como diferente. O que era dor, passou a raiva, e finalmente, com a minha aceitação e celebração de quem sou, chegou a paz.
Hoje estou em paz, sou o Nuno, gay, português, nova-Iorquino, nómada, amigo, tio, irmão, filho, padrinho, engenheiro, primo, DJ, e muitas outras coisas mais que o futuro trará.
Confesso que com a paz vem também uma responsabilidade, como poderei fazer com que esse meu sentimento se espalhe pelas pessoas à minha volta, pelos EUA, pelo mundo?
Pride? Para mim pride representa o ser humano, e com isso, ser e praticar humanidade.
VISTO DE FORA
Dias sem ir a Portugal: 16 dias.
Por aqui, fala-se muito do impacto dos terramotos na California.
Sabia que por cá durante os festejos do orgulho LGBT+ muitos comércios se “vestiram” de arco-íris para se juntarem às celebrações.
Um número surpreendente, 3 milhões de pessoas em Nova Iorque para celebrar o 50o aniversário do Pride.