Nunca se tinha visto nada igual ou sequer parecido: sessenta e quatro mortos num incêndio florestal. São mais mortos num único incêndio do que os contabilizados em milhares de outros fogos, nas últimas décadas, em Portugal. E quando se mergulha a fundo nas circunstâncias em que todas estas mortes ocorreram, naquele fatídico fim de tarde de sábado, 17 de junho, temos um facto aterrador: tudo se passou em cerca de 10 minutos, numa área com apenas seis quilómetros quadrados, delimitada por meia dúzia de pequenas aldeias e povoações com menos de quatro dezenas de habitantes, cada uma.
O que se passou, realmente, naqueles minutos terríveis em que, segundo todas as testemunhas vivas, uma “bola de fogo” engoliu um troço da EN236-1 e as aldeias de Nodeirinho, Pobrais e tantos outros lugares e lugarejos do concelho de Pedrógão Grande? O que pode ter acontecido de tão extraordinário para ter provocado um tão grande número de vítimas? Quais as causas daquele inferno? O que podemos fazer para evitar que uma catástrofe igual se repita? Como nos podemos preparar para a ocorrência cada vez mais frequente destes fenómenos, devido às alterações climáticas?
É a todas essas perguntas que a edição da VISÃO desta semana tenta responder, num dossier especial de 33 páginas. Luís Ribeiro, numa reportagem profunda, entre outras histórias, conseguiu reconstituir os tais “minutos terríveis” na já chamada “estrada da morte”. E foi a ele que Maria Helena, de 75 anos, relatou a forma como percorreu, com a filha, a EN236-1, momentos antes da estrada se transformar num cenário dantesco. “Íamos no tornado de fogo, como os outros todos. O fogo vinha por cima e caía sobre as pessoas… Os que iam atrás de nós foram os que lá ficaram.” Esta é uma reportagem de leitura obrigatória, como se percebe por esta pequena história. Também de leitura obrigatória é a reportagem de Mário David Campos (o primeiro repórter da VISÃO, juntamente com a fotógrafa Lucília Monteiro, a chegar ao terreno) na aldeia de Pobrais, onde morreram 11 dos pouco mais de 30 habitantes do povoado. Ele andou de porta em porta a falar com os sobreviventes e a registar os desaparecidos – um retrato fiel e brutal de um Portugal que agora arde à vista de todos (mas ainda arranjou tempo para registar muitas outras histórias que merecem ser lidas para nos dar o retrato final de um acontecimento que, de um instante para o outro, nos fez confrontar com a realidade do País – afinal, apesar de todas as euforias, temos ainda muitos problemas urgentes para resolver).
Importa ainda sublinhar que esta EDIÇÃO da VISÃO é também especial porque vai doar 10% da sua receita ao apoio às vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande. O donativo faz parte da iniciativa Um Abraço a Portugal, do grupo Impresa, à qual se junta também o jornal Expresso e as revistas Caras, TVMais e Telenovelas.
Guia grátis das ‘101 Melhores Praias de Portugal’
As praias são, há muito, um tema obrigatório no verão da VISÃO. Em 2017, mais uma vez, não fugimos à “obrigação”, embora sabendo que num país com quase mil quilómetros de costa é uma missão complicada tentar descobrir as melhores praias de Portugal. Mas foi isso que arriscámos, mais uma vez, graças à experiência de Miguel Judas, um jornalista habituado a percorrer o País de uma ponta a outra (é autor, por exemplo, do livro Os 200 Melhores Percursos de Trekking em Portugal, recentemente lançado) e que, há mais de década e meia, tem assinado inúmeros artigos sobre o nosso litoral nas páginas na VISÃO e nos vários guias publicados pela revista ao longo da sua história. É ele quem, mais uma vez, assina o guia das 101 Melhores Praias de Portugal, oferecido grátis com esta edição.
Onde estão os novos empregos
As áreas tecnológicas estão em alta e as empresas debatem-se com falta de profissionais. A Alexandra Correia foi, por isso, ver o que procuram os empregadores, mas também o que querem os jovens que o mercado de trabalho mais procura. Há revelações surpreendentes. E também, no fundo, um guia importante para as novas relações laborais que se avizinham.
A revolução do fotojornalismo
Numa edição com muitas e boas fotos dos nossos repórteres fotográficos destacados para o incêndio de Pedrógão Grande (Lucília Monteiro, Marcos Borga e Rui Duarte Silva), temos também uma homenagem, singela, à cooperativa que mudou a história do fotojornalismo, há 70 anos: a Magnum. O Pedro Dias de Almeida conta como tudo começou na agência fundada por Robert Capa, Henri Cartier-Bresson, David Seymour (Chim) e George Rodger. E como o fotojornalismo nunca mais foi o mesmo.
Aprenda a comer bem…
Acha que sabe comer bem? Tendo ou não dúvidas sobre a resposta a dar, o melhor mesmo é ler a entrevista que a Luísa Oliveira fez a Alexandra Bento, a bastonária da Ordem dos Nutricionistas, onde ela faz alguns avisos. Como este: “O erro alimentar que mais ameaça a saúde dos portugueses é o sal.” Se ficou com curiosidade, veja agora aqui as 10 regras de ouro para uma alimentação saudável, recomendadas por esta especialista.
… e saiba como beber ainda melhor
No tema de capa da VISÃO Se7e, um artigo que já é tradição na VISÃO: a seleção dos vinhos para o verão, numa escolha criteriosa do “nosso” Manuel Gonçalves da Silva. Entre verdes, brancos, rosés, tintos e espumantes, são 40 vinhos leves, frescos e elegantes, adequados às ementas da nova estação. Se o leitor tiver dotes de barman e quiser aventurar-se, experimente fazer as três receitas de cocktails e sangrias deste vídeo.
A AnteVISÃO fica por aqui. A revista está já a chegar aos nossos mais de 37 mil assinantes e amanhã estará nas bancas com muitos outros temas, artigos e assuntos que merecem ser lidos e vistos. Além disso, pode sempre acompanhar-nos em www.visao.pt, onde, por exemplo, além de acompanhar toda a atualidade sobre os incêndios em Portugal, pode ainda ainda recuperar verdadeiras “pérolas” como esta entrevista de Gonçalo Ribeiro Teles, dada em 2003… mas cuja leitura é hoje mais urgente do que nunca.