Todos anos, milhares de pessoas são recrutadas para as unidades de proteção das fronteiras dos Estados Unidos. Numa altura em que tanto se fala sobre as más condições dos centros de detenção de imigrantes, e da falta de preparação dos agentes que lá operam, um repórter do Business Insider visitou uma academia de formação.
Quem se junta voluntariamente à patrulha de fronteira dos Estados Unidos são, de um modo geral, pessoas com historial noutras forças, como o exército ou a marinha. Vêm de todas as regiões do país, mas a reportagem foca-se numa amostra que é maioritariamente composta por cidadãos com origens latinas. Antes de irem para a patrulha propriamente dita, têm de ultrapassar um programa de treino de seis meses.
Grande parte destes treinos são pensados na construção de cenários de aplicação da lei, isto é, situações em que encontram migrantes a tentar entrar ilegalmente em território americano. Para além da vertente física, os recrutadores executam também muitos exercícios a nível psicológico, sendo que todas as atividades são feitas sob pressão e todas a interações são intimidatórias.
A academia visitada também insere no programa a instrução da língua espanhola, a fim de melhorar a comunicação entre os agentes e as pessoas que eles encontram no campo. Contudo, não parece haver uma resposta direta à necessidade de preparar os agentes para garantir cuidados básicos às crianças detidas nas fronteiras.
“Durante o tempo que passámos na Academia, não vimos nenhum treino – além de aulas em espanhol – especificamente projetado para preparar os alunos para trabalhar nos centros de detenção ou para cuidar de crianças migrantes” revela o narrador da reportagem.
Num comunicado enviado ao Business Insider, um porta-voz da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos disse que “a Academia de Patrulha de Fronteira não realiza treino relacionado com os oficiais de detenção… Uma vez formado, o agente chega à sua estação e, dependendo da localização geográfica, torna-se dever e responsabilidade do seu posto treiná-lo nas políticas e procedimentos locais”.
Pode ver toda a reportagem da Business Insider, aqui.
Leia também o testemunho de uma mulher que perdeu a filha num processo de migração para os Estados Unidos, graças às más condições dos centros de detenção.