Chisinau, 12 Abr (Lusa) — A polícia moldava tomou medidas extraordinárias de segurança para evitar que as manifestações da oposição marcadas para hoje terminem em violência, como aconteceu na terça-feira passada.
De acordo com o correspondente da agência noticiosa russa Interfax em Chisinau, a polícia concentrou uma grande quantidade de camiões de combate a incêndios e anti-motim atrás do edifício do Governo moldavo, que foi poupado à violência dos manifestantes que protestavam contra a vitória dos comunistas nas eleições legislativas de 05 de Abril.
A oposição não reconheceu os resultados do escrutínio e saiu para a rua para exigir a recontagem de votos. O Presidente da República, Vladimir Voronin, que é também dirigente do Partido dos Comunistas da Moldávia, aceitou a recontagem de votos, mas os opositores consideraram isso “uma manobra para distrair a opinião pública” e pretendem trazer os seus apoiantes para a rua.
Além disso, a oposição exige a libertação das dezenas de manifestantes detidos por terem participado no assalto e pilhagem dos edifícios do parlamento e da presidência da Moldávia.
Três partidos da oposição que elegeram deputados nas eleições passadas, Partido Liberal, Partido Liberal-Democrático e Aliança Nossa Moldávia, pretendem hoje manifestar-se no centro de Chisinau.
“Até agora contivemos os nossos apoiantes, apelámos à não participação em acções de protesto. Mas o que a polícia faz agora vai além de todos os limites. Apelamos aos nossos apoiantes para que se manifestem no domingo em protesto contra o regime ditatorial que desencadeou um genocídio contra os cidadãos”, declarou Mihai Grimau, um dos líderes da oposição.
Os líderes da oposição exigiram que a polícia não permita acções de violência, mas permita a entrada de manifestantes em Chisinau que vêm de outras regiões do país.
O Ministério do Interior da Moldávia aumentou o número de efectivos nas entradas de Chisinau, podendo-se ver, em sítios moldavos da Internet, vídeos que mostram movimentações de camiões militares.
Vladimir Voronin anunciou, na sexta-feira passada, que “os órgãos de segurança irão impedir de forma dura quaisquer tentativas de organização de desordens e defender o regime constitucional na Moldávia”.
JM.
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