Fechar um escritor em casa às vezes dá nisto: tempo de sobra para escrever. E António Manuel Pires Cabral aproveitou-o. Feliciano, o seu sexto romance, ele que cultiva sobretudo a forma breve, quer nos contos, quer na poesia, foi escrito em ano e meio de pandemia, com a alegria de quem não sabe o que vai surgir da página em branco. É assim que agora se lança para cada projeto literário, sem os planos que antigamente delineava. Hoje, sente-se mais livre. E o seu currículo também o permite.
Nascido em Chacim, no concelho de Macedo de Cavaleiros, é um dos mais discretos/destacados escritores portugueses das últimas cinco décadas. Estreou-se em 1974, ano da Revolução dos Cravos, com Algures a Nordeste, a que se seguiu meia centena de títulos, de todos os géneros e por diversas vezes distinguidos com os mais prestigiados prémios, como os D. Dinis, Luís Miguel Nava (de poesia), dst (de literatura em geral), Camilo Castelo Branco da APE (de conto) e P.E.N. Clube (de poesia).
À escrita e à educação – foi professor do ensino secundário durante todo o seu percurso profissional –, A. M. Pires Cabral, como assina nos seus livros, soma uma intensa atividade ao nível da dinamização cultural, de que são exemplos a direção do Círculo Cultural Miguel Torga, do Grémio Literário Vila-Realense e da Tellus – Revista de Cultura Transmontana e Duriense. Além de Feliciano, uma edição da Tinta da China nas livrarias desde o primeiro semestre (272 pp, 16,90 euros), lança agora, na mesma editora, um novo volume de poemas, Caderneta de Lembranças (152 pp, 13,90 euros).
Jornal de Letras: Que lembranças reúne nesta caderneta?
A. M. Pires Cabral: Quando chegamos a uma certa idade, começam a piscar-nos por dentro umas luzinhas de alerta e começamos a sentir a necessidade de revisitar lugares por onde andámos. Subjuga-nos como que uma ansiedade, uma exigência, um impulso para nos deixarmos de imposturas e nos assumirmos na nossa verdade. O futuro deixa de estar garantido e o fim, pelo contrário, começa a cortejar-nos. Mas achamos que, ao longo de todas essas décadas de poesia, em que fingimos mais do que fomos verdadeiros, deixamos apesar de tudo algumas coisas minimamente estimáveis. Nesta Caderneta de Lembranças como que faço uma revisão-síntese da matéria dada, limpando-a de gangas e aderências, e dirijo um convite aos meus herdeiros (os leitores) para que a repartam entre eles em boa paz, e não litigiosamente como os soldados repartiram a túnica de Cristo. É uma espécie de testamento. Oxalá ninguém se sinta excluído nele.
Há muitos animais neste volume. O que o levou a este bestiário?
Toda a vida convivi com animais: é um privilégio de quem vive em ambiente rural, na proximidade da natureza. Além disso, acho que tenho uma costela de São Francisco de Assis e olho toda a arca-de-Noé com um simpatia próxima da do Poverello. Claro que acho uns animais mais susceptíveis de serem amados do que outros. Tenho dificuldade em gostar, por exemplo, do louva-a-deus, desde o dia em que surpreendi um a devorar um insecto vivo. Mas reconheço a todos, incluindo ao louva-a-deus, o direito a serem respeitados pelo simples facto de existirem. Esforço-me por, nos meus poemas, deixar implícita essa mensagem de apreço pela sua dignidade original.
Mais forte ainda é o diálogo com Deus e o divino. Um ajuste de contas ou um balanço da vida?
Deve ter reparado que os poemas dessa secção são geralmente inconclusivos. Afirmativos, mas inconclusivos. Ou então que aquilo que se afirma num dado poema é negado noutro logo a seguir. E vice-versa. A imagem que gostaria que esses poemas deixassem de mim é a de um peixe que mordeu o isco porque tinha fome e ficou preso no anzol e se debate em vão. Este meu diálogo com o divino não será, pois, nem um ajuste de contas nem um balanço da vida, embora também seja uma coisa e outra. É acima de tudo um vómito de angústia perante o tremendo enigma da transcendência e da imanência que combatem entre si um combate em que não há vencedor nem vencido. Ou mais explicitamente: o reconhecimento da falência da razão na terrível sem-razão da vida.
Entretanto, até este Feliciano, já não publicava um romance há década e meia. É o seu registo menos natural, ao contrário do conto e da poesia?
Não, isso tem a ver com o meu feitio algo sôfrego, que me incita a fazer coisas que possa ver imediatamente em forma definitiva. O romance é, pela extensão e complexidade que normalmente envolve, inimigo dos sôfregos, como calcula. Escrever um romance é uma tarefa que se prolonga no tempo muito para além do que a minha paciência suporta, ao passo que um conto ou um poema começam muito rapidamente a ‘mostrar-se’. Mesmo assim, escrevi seis romances, todos eles de razoáveis dimensões. Já vê a violência que isso constituiu para a minha sofreguidão…
Quer isso dizer que o romance tem um lugar especial na sua criação literária?
Tem. Ao fim e ao cabo, o romance sempre é uma coisa que fica bem no currículo dum escritor. Uma espécie de cereja no topo do bolo.
E como têm nascido os seus romances?
Na génese dos meus romances parece-me que são de distinguir duas fases. A primeira abarca os quatro primeiros (Sancirilo, Crónica da Casa Ardida, Raquel e o Guerreiro e A Loba e o Rouxinol), em que procurei respeitar um plano que prévia e minuciosamente tracei.
O que constava desse plano?
Definia as personagens, alinhava as peripécias da ação, estabelecia datas e lugares, etc. Tudo com muito cuidado e pormenor. Munido desse roteiro, chamemos-lhe assim, partia para a escrita, procurando segui-lo à risca. Mas o tempo ia-se encarregando de me estragar os planos. Depressa as personagens como que se autonomizavam, e obrigavam-me a desviar do caminho traçado. Isto é: a todo o momento me ocorriam alterações, eliminações, acréscimos. De toda a maneira, nesses primeiros quatro romances, ainda fui segurando os cordelinhos e cumprindo o roteiro, digamos, a 50 por cento. Com o penúltimo romance que publiquei, O Cónego, já afrouxei consideravelmente o controlo das personagens.
Mudou de estratégia?
Sim, já não tracei planos, a não ser muito vagos, onde caberia tudo o que viesse a ser-me sugerido à medida que a história se desenrolasse. Deixei as personagens ser donas do seu destino. Por fim, neste último romance, dei-lhes ainda maior liberdade. Na verdade, à partida tinha apenas um protagonista e algumas ideias muito vagas sobre o que lhe havia de acontecer. O livro como que se escreveu a si próprio. As personagens ditavam e eu ia dando forma literária ao que me diziam.
Na nota preambular a Feliciano diz até que nem a forma sabia à partida. Há uma certa fluidez nas fronteiras entre romance, novela e conto?
É preciso ver que essa nota é irónica de cabo a rabo, como que para dar logo à partida o tom geral do romance. Na verdade, considero que há fronteiras que separam o romance de novela e esta do conto, fronteiras definidas desde logo pela extensão, mas também pela profundidade e complexidade da história a contar. Também considero que por vezes essas fronteiras se podem diluir e deixar-nos na dúvida sobre como classificar uma obra. Quando digo que se podem diluir estou ipso facto a reconhecer a tal fluidez. Porém, no caso de Feliciano, não houve qualquer hesitação sobre ‘o que vai sair daqui’. Era um romance que eu queria escrever, e escrevi. A fluidez que refere é, neste caso, pura ironia, ou talvez melhor: impostura.
Mas não tem casos de contos que engordaram ou de romances que não cresceram?
Não me estou a lembrar nem duma coisa nem doutra. Embora reconheça que alguns contos que tenho publicado são passíveis de, acrescentando uns quantos elementos, ser transformados em novelas. Mas, lá está, é o critério da extensão a funcionar. A menos que desse mais complexidade e profundidade à história a contar. Não digo pois que seja impossível. No fundo, a finalidade de contos, novelas e romances é sempre a mesma: contar uma história. E qualquer história tem potencial tanto para engordar como para emagrecer. A oficina de qualquer ficcionista tem de estar apetrechada para as duas tarefas. Os meus contos e romances têm todos a extensão que me parece adequada. Não há gordura balofa nem magreza excessiva neles (julgo eu…).
Feliciano afirma-se na “dialética entre verdade e fantasia”. A essência da literatura está nesse jogo de ilusões?
Da literatura de ficção, talvez. Mas só dessa.
“Eu não tenho imaginação, tenho memória”, escreve a certa altura o narrador, citando Camilo Castelo Branco. Mesmo quando tudo se inventa, escrevemos sobre o que conhecemos?
Sem dúvida. O romancista não pode evitar a incorporação nos seus romances, ainda que por vezes de forma inconsciente, da sua experiência pessoal — aquilo que viu, ouviu, pensou, sentiu. Pode-nos parecer que criamos a partir do nada. Mas na realidade toda e qualquer criação tem antecedentes no grande caldeirão do inconsciente, onde ferve em cachão tudo o que vivemos, sentimos, fizemos, pensámos. Camilo intuiu isso e escreveu aquela frase. Isto é, não crio nada ex novo: sirvo-me do que já existe. Mas a verdade é que servir-nos do que já existe pode envolver uma forma de criação.
Outra dimensão irónica deste romance é o nome de algumas personagens. A caracterização de cada uma e a definição dos seus destinos começa no nome?
“What’s in a name?”, pergunta a Julieta de Shakespeare. O nome é uma etiqueta, nada mais. O que não quer dizer que, no universo da literatura de ficção, às vezes não se brinque com os nomes ou não se procurem determinados efeitos. Será irrelevante que a célebre personagem de Voltaire tenha o nome de Candide? Neste meu romance, uma personagem — o protagonista — tem um nome que contrasta vivamente com a sua história de vida. Chama-se Feliciano Boaventura e é a mais infeliz das criaturas.
Um nome como Feliciano Boaventura só podia dar em tragédia?…
Num romance, sim. Absolutamente. Pelos mecanismos da ironia. Esta discrepância entre nome e vida acaba por ter um efeito de comicidade que é bem-vindo num romance que o autor quis irónico e bem-humorado. Talvez andem aqui reminiscências da minha meninice, em que havia uma senhora chamada Infância (creio que esse nome só existia em Trás-os-Montes) que tinha para cima de 80 anos. E também conheci uma tal Felicidade que era uma desgraçada. E quem não conheceu uma Maria dos Prazeres que leva uma vida imersa em sofrimento, ou, vice-versa, uma Maria das Dores cuja vida é um mar-de-rosas?
Feliciano abarca grande parte do século XX português, desde 1940 ao pós-25 de Abril de 1974. Ao acompanhar a vida da sua personagem quis também retratar o século XX português?
Não tive essa ambição. Não quis (nem saberia fazê-lo) escrever um case study de matriz sociológica. A sociologia só muito escassamente se intromete no romance e sempre apenas como que en passant. A sociologia para os sociólogos, a literatura para os escritores. Agora, todo o romance precisa de um cenário histórico. E o cenário que dei a este romance foi a fase final da ditadura, com o seu enfraquecimento e queda.
O enfoque, no entanto, não é o dos grandes centros, mas de uma pequena vila. Fazem falta outras narrativas sobre o Estado Novo e a Revolução?
Escrevo de preferência sobre o que conheço melhor. Trigais — um microcosmo rústico em vias de superar a rusticidade — é um pouco a vila (hoje cidade) de Macedo de Cavaleiros da minha mocidade. E, à data da Revolução dos Cravos, vivia noutra vila trasmontana: Torre de Moncorvo. Se queria, pois, escrever uma história sobre Abril, tinha de me socorrer do que observei em 25 de Abril de 1974. De resto, creio que há narrativas que chegam e sobram sobre o tema do Estado Novo e da Revolução de Abril, quer tenham por cenário grandes centros ou povoações remotas. Sobre o Estado Novo, principalmente. Sobre o que é que escreveram muitos dos chamados neorrealistas — Alves Redol, por exemplo — senão sobre a vida rural debaixo da tirania do Estado Novo e dos seus caciques? O assunto está tratado de todos os pontos de vista. Mas outras narrativas? Porque não? Venham elas.
O que nos dá o relato de um pequeno meio como o de Trigais? É como observar a vida ao microscópio?
A vida é sempre a vida, independentemente do lugar onde se desenrola. Não é necessário microscópio para a observar. Simplesmente, pareceu-me útil para uma melhor compreensão do romance e dos lances que nele ocorrem, descrever com um mínimo de minúcia o ambiente social onde as coisas se passam.
No último discurso do 25 de Abril, o Presidente da República dizia que era tempo de nos confrontarmos com o nosso passado. Partilha este apelo?
Retórica. Há que tempos andamos a confrontar-nos com o nosso passado? E quanto tempo ainda andaremos? O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa gosta dessas proclamações com qualquer coisa de teatral e normalmente de efeito garantido. É o estilo dele e ainda bem que tem um estilo ao qual permanece fiel.
O que espera das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril?
Não tenho grandes expectativas. Mais concerto, menos concerto; mais desfile, menos desfile; mais discurso, menos discurso; mais amuo, menos amuo da Associação 25 de Abril — provavelmente serão tão enfadonhas e repetitivas como quaisquer das antecedentes, salvo possivelmente a do primeiro aniversário, em 1975, que foram muito marcadas pelo entusiasmo que a revolução criou.
Feliciano tem uma vocação literária que se exprime em poemas e panfletos. É uma paródia ao mundo da literatura?
Não. Quando muito, admito que possa ser visto como uma paródia a um certo mundo da literatura, não ao mundo da literatura em geral. Feliciano pode de facto significar os milhares de indivíduos que zumbem em torno da literatura, sem chegarem a ter consciência da sua mediania. Mas desculpe: chamar ‘panfletos’ às Refutações de Job parece-me que reduz a sua dignidade. É certo que elas são assim referidas no texto (o Capitão Palhares chama-lhes mesmo ‘pasquins’), mas esse chamadoiro nunca reflete o ponto de vista do autor. As Refutações podem ser incoerentes, produto duma mente deteriorada, mas não podemos negar-lhes dignidade e legitimidade enquanto gritos de protesto.
O seu livro de poesia anterior tinha um poema dedicado a Job, figura que Feliciano aborda nos seus escritos. Apenas coincidência? O que o fascina nessa personagem bíblica?
Não é simples coincidência. Disse ‘fascina’ e disse muito bem. Job — estou a falar da personagem bíblica, não da criação de Feliciano — , na sua obstinação e total submissão aos desígnios divinos, ainda os mais excessivos (para não dizer injustos), é uma figura impressionante. Tive essa perceção, não propriamente na leitura da Bíblia, mas na leitura de uma peça secundária de Gil Vicente, o Breve Sumário da História de Deus, em que a personagem Job produz alguns dos versos mais fascinantes de toda a poesia portuguesa. Digamos que foi pela via literária, e não pela via religiosa, que tomei conhecimento dessa figura e apreendi a sua grandeza.
Ele também parece ter deixado o mundo real para habitar a sua fantasia. É a sina de qualquer escritor?
Não generalizemos. Feliciano não é um escritor qualquer. É um indivíduo fortemente coartado do ponto de vista mental que gosta de fazer versos. A loucura leva-o a construir o seu mundo, que pouco ou nada tem a ver com o mundo real: é uma concha segregada pela sua fantasia na qual procura abrigo. Feliciano é um caso atípico, não representa de modo nenhum os escritores em geral. O que não quer dizer que não possa haver escritores que se assemelhem a Feliciano sob esse ponto de vista.
Escreveu Feliciano durante este ano e meio de pandemia? Estes últimos tempos foram de alguma forma criativos?
Escrevi-o durante a pandemia, mas não durante toda a pandemia. Não precisei de ano e meio para o escrever. Mas não há dúvida que o confinamento, ao limitar-nos os movimentos, criou condições para uma escrita mais aturada. De algum modo, sim: devo à pandemia este romance. Assim como lhe devo vários poemas, que fui compondo em contraponto. A Covid-19 estimulou-me a criatividade. À quelque chose malheur est bon…
E como tem visto esta pandemia? Há quem se tenha sentido num filme de ficção científica…
Eu senti-me mais num filme de terror. E ainda sinto.
O sector cultural foi dos primeiros a fechar e dos últimos a abrir, e durante algum tempo apenas não se podia comprar livros numa livraria… A Cultura continua a ser uma aposta adiada?
Digamos que a cultura é a primeira a sofrer, num cenário de crise como este que vivemos. Porque as pessoas tendem a pô-la em lugar secundário em relação às suas necessidades básicas, mais prementes, aquelas que ‘gritam’ mais. É o célebre aforismo primum vivere deinde philosophari [primeiro viver, em seguida filosofar]. Não creio que se possa fazer muito quanto a isso. É a natureza profunda que está em jogo.
Um mundo mais globalizado é um mundo mais perigoso?
Não simpatizo com a globalização e com o pensamento que lhe está subjacente. O mundo que ela pretende instaurar poderá não ser um mundo mais perigoso, mas será certamente um mundo pior e menos estimulante.
E teme a uniformização cultural que as regras da União Europeia parecem impor. Alguns poemas de Frentes de Fogo afiguram-se um alerta…
Sim, temo a uniformização cultural. Eu sou adepto da diferença. É a diferença que enriquece o homem, não a estandardização. O poema de Frentes de Fogo onde isso se torna mais evidente é um que fala de eucaliptos. Portanto, aparentemente não é bem uma questão cultural, mas agrícola, que está em causa. Aparentemente. Porque os eucaliptos podem perfeitamente funcionar como símbolo da violência sobre a especificidade cultural de um povo.
A Biblioteca Municipal de Macedo de Cavaleiros, concelho onde nasceu, passou a designar-se Biblioteca A. M. Pires Cabral. Como recebeu esta “prenda” a meses de completar 80 anos?
Com surpresa. Sem falsas modéstias. E ainda não me habituei a ver o meu retrato pintado num mural do interior da Biblioteca e o meu nome na parede exterior sem um frémito de estranheza. Tenho a sensação de ter perdido alguma privacidade.
Recentemente, também publicou um livro de fotografias (com poemas). Outra paixão sua?
Sim. Chama-se Simbioses. Tratou-se de ilustrar com fotografias alguns poemas preexistentes. Julgo que resultaram benefícios para poemas e fotografias — e daí o título do livro. A fotografia não será propriamente uma paixão, mas é certamente um hobby, às vezes premente. Com a fotografia como que capturo as coisas para memória futura. Não podendo ter as coisas, tenho uma representação delas, que é o mais próximo que se consegue.
E a pintura? Continua a pintar? Quando poderemos ver uma nova exposição?
A pintura é uma deriva de amador. Não vale a pena falarmos disso.
Poesia, conto, romance, fotografia, pintura: o que une todas estas áreas?
O ímpeto criador. Cada uma dessas coisas tem a sua especificidade, mas na origem têm todas o mesmo: a pulsão de criar.