Letras
Luis Sepúlveda, sem sombra de esquecimento
O festival literário Correntes D'Escritas vai realizar-se online nos dias 26 e 27 de fevereiro. Este ano, em formato reduzido, o festival vai prestar homenagem ao escritor Luis Sepúlveda, que morreu em abril do ano passado, vítima de COVID-19, poucos meses depois de ter participado neste festival. Em jeito de homenagem, recordamos a entrevista dada pelo escritor chileno ao JL, em 2009: "Luís Sepúlveda - Sem sombra de esquecimento", presente no número 1020.
Ler os Clássicos
São obras fundamentais da Literatura Mundial, que nos esmagam pela sua qualidade, pelos muitos mundos que nos oferecem e também pela sua dimensão. Não se leem em breves dias, quer pelas suas muitas páginas, quer pelos desafios que colocam aos leitores. Mas podem ser uma leitura ajustada a este tempo de pandemia e confinamento, talvez de mais vagar, seguramente de desejo de evasão. É o que o JL propõe, um mergulho na longa duração, com sugestões dadas por especialistas em literatura. Saiba quais são as suas escolhas.
Ondjaki: viver para lembrar, lembrar para contar e rir
Agripina Carriço Vieira escreve sobre O Livro do Deslembramento, o último romance de Ondjaki
João Luís Barreto Guimarães: Vida, movimento e poesia
Presta culto a dois deuses, a Dionísio, de quem retira inspiração, e a Apolo, que o acompanha na arte de esculpir o poema. São também as duas faces da sua existência, medida pelo rigor da cirurgia reconstrutiva, que exerce no Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, e pela liberdade da linguagem que empresta a um percurso literário de já 30 anos e que agora foi distinguido com o Prémio Armando Silva Carvalho, atribuído a Nómada. Em Movimento, volume de poemas agora editado, volta a afirmar a singularidade do seu universo, neste caso moldado ainda por outros deuses, mote para esta entrevista
Manuel Alegre: Um canto nas fronteiras da vida, do tempo e da poesia
É uma viagem íntima e um grito de revolta. Quando, o seu novo e “inesperado” livro, um longo poema que chega para a semana às livrarias, tem a marca das lutas que caracterizam o seu percurso. Mas é acima de tudo uma reflexão sobre a vida e o lugar da poesia num mundo globalizado em que “a libertação da palavra poética pode vir a ser uma das últimas formas de resistência”. Um canto em busca de uma nova toada que o JL revela e antecipa, pré-publicando a última secção do poema, aqui “lido” por Paula Morão, e entrevistando o autor, Prémio Camões em 2017, e com numerosas outras distinções, figura histórica da resistência à ditadura, da democracia e do PS, e duas vezes candidato à Presidência da República
Manuel Jorge Marmelo: Póquer, política e literatura
É escritor de muitos recomeços, nos temas que lhe interessam e nas editoras em que tem publicado. Regressa agora, passados quatros anos, na Porto Editora, com um romance que mostra a força e a pertinência do seu discurso literário. Tropel é daquelas obras que interpelam diretamente o leitor, mostrando o absurdo que nos chega a casa embrulhado em forma de notícia e distância. A partir do drama dos imigrantes e dos refugiados, percorre-se o labirinto do medo que parece cercar a sociedade contemporânea. Um livro duro com uma janela de esperança. Um romance atual de quem joga na ficção a sua liberdade
Leonor de Almeida: Uma poeta raptada ao esquecimento
Foi homenageada na última Feira do Livro do Porto e duas obras aí lançadas permitem redescobrir a singularidade de uma autora que assinou quatro volumes de poemas, entre 1947 e 1960, e depois desapareceu. O JL falou com a escritora Cláudia Clemente que foi capaz de romper a cortina de silêncio e mistério que rodeava um dos nomes que marcaram a poesia da década de 50 do século XX
O filme de João Botelho lido pelo pessoano Fernando Cabral Martins
O Ano da Morte de Ricardo Reis, livro em que Saramago transforma o heterónimo de Pessoa em personagem, foi adaptado ao cinema por João Botelho. O prof. Fernando Cabral Martins faz uma leitura do livro e do filme
João Cabral de Melo Neto: "O que a vida tem de melhor é, para mim, a literatura"
Este ano celebra-se o centenário de nascimento de um dos maiores poetas brasileiros, João Cabral de Melo Neto. Ao dossier que publicamos na edição n.º 1303 do JL, já nas bancas, juntamos aqui a primeira entrevista que nos concedeu, em 1987 (JL 270, de 7 de setembro)
Escritores contra o racismo
Publicamos aqui, na íntegra, a Carta aberta dos escritores de língua portuguesa contra o racismo, a xenofobia e o populismo e em defesa de uma cultura e de uma sociedade livres, plurais e inclusivas, com todos os signatários
José Eduardo Agualusa: Os Vivos e os Outros
Pré-publicação do novo romance de José Eduardo Agualusa, a chegar às livrarias
J. C. Seabra Pereira: Toda a criação literária lusófona
Das raízes à atualidade, de Portugal ao Oriente, do Brasil a Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné e São Tomé e Príncipe. No monumental estudo "As Literaturas em Língua Portuguesa", o prof. das universidade de Coimbra e Católica Portuguesa percorre todos os caminhos das literaturas lusófonas. Um esforço inédito aqui apresentado pelo autor. Crítica de Miguel Real na edição em papel do JL
João de Melo: uma anti-epopeia portuguesa
Livro de Vozes e Sombras, o novo romance do autor, oito anos após o último, chega às livrarias no próximo dia 30 e é o seu 30º título, entre ficção, poesia, ensaios, crónicas e relatos de viagem. Mas aos 71 anos escreve cada livro como se fosse o primeiro, num constante refazer do texto. Sem ter essa intenção, nesta sua excelente nova narrativa entrecruzam-se os principais temas que percorrem a sua obra, desde O Meu Mundo Não é Deste Reino a Os Navios da Noite, passando pelo ‘consagrado’ Gente Feliz com Lágrimas: os Açores (e, neste caso, o seu movimento independentista), África e a Guerra Colonial, a cidade de Lisboa, os vencidos mais do que os vencedores. Leia aqui o primeiro capítulo do romance e, na edição do JL, em papel ou digital, a entrevista ao escritor, Prémio Vergílio Ferreira, entre muitos outros, e a crítica de Miguel Real
Pilar del Rio: Dez anos com José Saramago, de 'outra maneira'...
Foi há dez anos, que se completam amanhã, quinta-feira, 18, que morreu em Lanzarote, com 87 anos, o português Prémio Nobel da Literatura. A data será assinalada na Fundação José Saramago, sobre a qual, o legado do escritor e a efeméride fala aqui a sua presidenta e viúva do romancista. Do qual, na edição em papel, temos o gosto de publicar um belo texto inédito, que parece ter muito de autobiográfico...
Maria Velho da Costa: A aura da escrita
Recorde a última entrevista de Maria Velho da Costa ao JL (n.º 993, de 22 de Outubro de 2008), a propósito do seu derradeiro romance, Myra
José Cutileiro: Um poeta a (re)ler
Na sua morte, a 17 de maio, aos 85 anos, como aqui se noticiou, falou-se muito, e bem, do embaixador, do antropólogo, do cronista - autor, designadamente, dos Bilhetes de Colares, de A. B. Kotter, e dos textos reunidos no recente Inventário. Mas ficou quase esquecida a sua vertente de poeta, importante na transição dos anos 50 para os 60, como sublinha neste texto o prof., ensaísta e principal especialista nesse período da nossa poesia. Na edição em papel pode ler ainda outro texto, de outro escritor e seu amigo, na época jornalista da BBC, em Londres, e hoje de novo em Oxford, que recorda os tempos e episódios da vida de ambos na capital britânica, antes e imediatamente a seguir ao 25 de Abril