Património mundial da humanidade, Cáceres, na Extremadura espanhola, tem, desde 3 de Junho, um novo motivo de sedução. A grande coleção de arte contemporânea da alemã Helga de Alvear pode ser vista no novo Centro de Artes Visuales que leva o seu nome, estando patente até 30 de setembro a exposição
Márgenes de Silêncio, que proporciona a quem a visitar um primeiro olhar abrangente sobre o conjunto da coleção. Galerista da maior importância e colecionadora devotada, Helga de Alvear guardou, durante anos, milhares de obras em dois armazéns nos arredores de Madrid, de onde só saíam pontualmente, em caso de empréstimo para exposições temporárias, Até agora. Com a colaboração de várias instituições públicas e privadas locais, o novo Centro de Artes Visuales Fundación Helga de Alvear instalou-se num palacete do princípio do século XX, reabilitado pelos arquitetos Mansilla e Tunón, autores do projeto do Museu de Arte Contemporânea de León. Seguir-se-á, numa segunda fase da obra, a construção de um novo edifício com mais de 100 mil metros quadrados.Para já, o comissário José María Viñuela selecionou 115 obras, com diferentes linguagens artísticas, que de algum modo trataram o conceito de silêncio, desde 1963 até 2009. Entre os artistas representados contam-se John Baldessari, a recentemente falecida Louise Bourgeois,
Andreas Gursky,
Juan Muñoz,
Thomas Schütte ou
Santiago Sierra. Também na Extremadura, a cidade fronteiriça de Badajoz já se transformara num destino de eleição para os amantes da arte contemporânea, com a abertura do Museo Extremeno e Iberoamericano, onde podem ser vistas obras de artistas como Miquel Navarro, Juan Muñoz, Adolfo Schlosser, Juan Navarro Baldeweg, José María Sicilia, Juan Uslé, dos portugueses Julião Sarmento, Leonel Moura, Jorge Molder, Alberto Carneiro, Álvaro Lapa, José Pedro Croft e dos ibero-americanos Guillermo Kuitca, Saint Clair Cemin, Mario Cravo Neto, Julio Le Parc, Manuel Ocampo, Fernando Maza, Antonio Seguí, Alfredo Jaar, Juan Dávila, José Gamarra, José Bedia ou Ray Smith. Esta rota transfronteiriça da arte contemporânea começa, aliás, ainda do lado de cá, no MACE de Elvas, onde pode ser vista a coleção de pintura, desenho, escultura, instalação, fotografia e vídeo de António Cachola. No “menu” estão obras de Adriana Molder, Fátima Mendonça, Fernanda Fragateiro, Ilda david, Joana Vasconcelos, João Tabarra, Noé Sendas, Nuno Cera, Xana, entre muitos outros. No coração da Península, bem longe das capitais e das grandes instituições museológicas, desenha-se, assim, uma nova rota da arte contemporânea. A não perder, até porque a beleza da paisagem também ajuda.
Uma rota transfronteiriça da arte
Com a abertura do Centro de Artes Visuales Fundación Helga de Alvear, em Cáceres, foi criado um novo "triângulo" raiano dedicado à arte contemporânea. De Elvas a Cáceres, há uma nova rota cultural a desbravar
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