Cumprindo a tradição, este é um dos muitos concertos que se realizam em todo o país nos primeiros dias do ano. Ainda em Lisboa, e também no dia 1, na Igreja do Carmo pode ouvir-se, às 21 e 30, obras de Mozart, Vivaldi, Puccini, Schubert e outros, interpretadas por Luís Pacheco Cunha, Anne Victorino d’Almeida, Joana Cipriano, Isabel Pimentel, Catherine Strynckx, Adriano Aguiar, Natasa Sibalia. No mesmo dia, às 21, em Santarém, na Igreja da Misericórdia, decorrerá um recital de órgão por Isabel Albergaria. Na Casa da Música, no Porto, dia 2, às 18, a Orquestra Sinfónica do Porto interpretará música americana, com notas espirituosas e cheias de humor, como se lê no programa. Será o início de um programa mensal vastamente dedicado à música do outro lado do Atlântico.
A área da música é uma das mais fortes neste início de ano. Ainda em janeiro há a registar a ópera Da Casa dos Mortos, de Janáček, na Gulbenkian, dia 6, às 22, enquanto que no Teatro Nacional de São Carlos, também em Lisboa, sobe ao palco uma obra do compositor checo Kátìa Kabanová. No CCB, sublinhe-se o resgate de uma obra que caiu em esquecimento. Antígono estava em cena na Casa da Ópera do Paço da Ribeira quando o Terramoto de 1755 deixou Lisboa de rastos. Nunca mais foi interpretada, cabendo essa tarefa aos Divino Sospiro.
Nas exposições, o destaque vai para o Centro de Arte Moderna (CAM) da Fundação Calouste Gulbenkian, enquanto se aguarda a programação de outros museus e galerias. De uma assentada são inauguradas, a 13 de janeiro, três exposições. A primeira, Muros de Abrigo, que propõe uma releitura da obra de Ana Vieira, artista nascida em Coimbra, em 1940. O comissário Paulo Pires do Vale selecionou obras dos anos 60 à atualidade e foi buscar o título da mostra a uma das memórias de infância de Ana Vieira, que diariamente se dirigia aos muros de abrigo que se encontravam no fundo da quinta dos pais. Em articulação com esta, a segunda exposição, comissariada por Isabel Carlos, pega em obras de 31 artistas representados na coleção do CAM para recordar os arquétipos ligados à ideia de casa. Por último, Não Confiem nos Arquitetos. Trata-se de maior exposição de Didier Faustino realiza em Portugal, composta por projetos de arquitetura, vídeos, instalações sonoras, escultura e performance.
Na Culturgest, janeiro arranca com quatro conferências de Paulo Mendes Pinto, diretor da licenciatura e do mestrado em Ciência das Religiões na Universidade Lusófona, sobre a construção das ideias centrais no mundo das religiões do Mediterrâneo, na passagem da Pré-História para a História. Nos dias 5, 12, 19 e 26, sempre às 18, no Grande Auditório, o ciclo Da lei da morte libertanto… focará também os conceitos de divino, deus e salvação. A Culturgest traz ainda a Portugal o Grupo de Teatro de Gent, da Bélgica, e a sua Personal Trilogy (três espetáculos a 8 e 9, 11,12 e 13, e 15 e 16), e acolhe, entre 13 e 16, um ciclo de cinema dedicado ao realizador bielorusso (hoje radicado na Alemanha) Sergei Loznitsa, organizado pela Zero em Comportamento.