Nunca esteve no top das disciplinas da Pintura, mas é um daqueles géneros que atravessa a História da Arte, renovando-se ao sabor dos tempos. Poder-se-ia talvez dizer que dá o sabor dos tempos. Sem a grandiosidade das representações religiosas, mitológicas ou históricas, sem a nobreza do retrato ou da paisagem, a Natureza Morta torna presente o real quotidiano, as flores e os frutos da época, os espaços interiores da casa e do mundo ou a fugacidade do que é humano. A Perspectiva das Coisas é uma grande exposição internacional que o Museu Gulbenkian preparou para apresentar, a partir de 12 de Fevereiro, no edifício sede da Fundação em Lisboa. Uma selecção de 71 quadros dá a ver uma panorâmica da expressão da Natureza Morta na Europa, nos séculos XVII e XVIII. A segunda parte da mostra, referente aos séculos XIX e XX será apresentada no final do próximo ano.
O JL dedica o tema desta edição à Natureza Morta. Publica um texto sobre as origens e a fortuna do género, de Fernando António Baptista Pereira, historiador de Arte e professor da Faculdade de Belas Artes de Lisboa, antecipa uma visita à exposição, com um itinerário por várias das obras de grandes mestres da Pintura, que vão estar patentes, e faz uma galeria com as escolhas de vários escritores, artistas e especialistas, a quem pedimos que escrevessem um pequeno texto sobre os quadros seleccionados.
Veja aqui a fotogaleria com os quadros que vão estar na exposição e leia os textos na edição em papel do JL, amanhã nas bancas.