A chefe de cozinha Justa Nobre gosta de começar o dia a cuidar das plantas e flores que cobrem o seu terraço de 75 metros quadrados. Mas a azáfama matinal nem sempre o permite… “Às vezes é à meia-noite que ando de mangueira na mão a regar as minhas plantinhas”, conta, sorridente, no seu restaurante, O Nobre, em Lisboa, onde se realizou a apresentação do evento solidário O Jantar do Ano.
Justa Nobre é uma dos quatro chefes que voltaram a associar-se a esta iniciativa, que se realiza pela segunda vez a 12 de novembro (sábado), no Convento do Beato, em Lisboa.
“Quando estou calmamente a regar as minhas plantas inspiro-me no cheiro, nas cores… Fico para ali a pensar no que quero dos meus pratos e a inspiração vem”, confessa a chefe transmontana. Claro que no seu jardim também têm lugar as ervas aromáticas, que além de “darem um sabor maravilhoso à comida permitem cortar um bocadinho no sal”.
Cada um dos chefes convidados escolheu uma das coisas que mais os inspira para as suas criações gastronómicas, fazendo justiça ao lema da edição deste ano do evento: “Paixões que inspiram”. As flores, claro está, foram a escolha de Justa Nobre. Vítor Sobral optou pelos livros, Kiko elegeu as corridas e Luís Barradas revelou ser inseparável da sua mota Harley Davidson.
Por enquanto, ainda não se sabe até onde os levou a inspiração – os pratos do menu só serão revelados no final deste mês, a 27 de setembro.
Além dos chefes, este ano também foram nomeados dois embaixadores do evento, os jornalistas da SIC Clara de Sousa e Rodrigo Guedes de Carvalho (que dão voz ao vídeo publicado acima).
Glamour solidário
No ano passado, esgotaram-se os 700 lugares disponíveis no Convento do Beato, com preços entre os €35 e os €45 (este ano, o preçário deverá estabelecer-se entre os €35 e os €50, uma informação que só será confirmada na próxima semana com a abertura das bilheteiras).
O Jantar do Ano distingue-se pela sua promotora, a Let’s Help, fundada há dois anos por Francisco Mello e Castro, um jovem de 22 anos formado em Gestão. O principal objetivo da empresa é angariar fundos para os aplicar em negócios sociais, ou seja, negócios que medem o seu sucesso através do impacto social que provocam e não pela maximização do lucro (recorde a reportagem da VISÃO sobre negócios sociais).
“O dinheiro que angariamos com este tipo de eventos é investido, ao longo do ano, numa série de projetos sociais muito interessantes”, explica Francisco Mello e Castro, que revela a ambição da iniciativa ao dar-lhe o nome O Jantar do Ano, além de manifestar o desejo de aumentar o número de edições e de levar o evento para fora de Lisboa. A Adega Mayor é o principal parceiro da iniciativa.
O primeiro negócio social a ser relançado pela Let’s Help será o projeto Reklusa, que integra reclusas e ex-reclusas na vida ativa, dando-lhes trabalho no atelier de criação de acessórios de moda da marca, focada sobretudo em malas de senhora.
“Desde fevereiro que a Reklusa está a sofrer uma reestruturação feita por nós. Além de investirmos dinheiro, investimos muito tempo no projeto. Às vezes, o tempo é o mais valioso para estas instituições, sedentas de pessoas com os conhecimentos de Gestão que elas não têm”, explica Francisco Mello e Castro.
Garantir a sustentabilidade da marca é a motivação para todas as mudanças implementadas na Reklusa, que serão apresentadas no final do mês. Até lá, o investimento máximo será de 10 mil euros, com a perspetiva de recuperar o dinheiro, aplicando-o, depois, noutro negócio social.
Eventos como O Jantar do Ano são fundamentais para angariar fundos e garantir novos investimentos. Justa Nobre garante dar o seu melhor para alimentar os convivas que se desloquem ao Convento do Beato, em novembro. Fica a promessa de lhes alimentar o corpo e a alma.