O projeto Coração no Centro de Portugal, lançado pela VISÃO no ano passado com o propósito de divulgar histórias inspiradoras das zonas devastadas pelos incêndios do Interior do País de junho e de outubro de 2017, venceu uma menção honrosa na 20ª edição do Prémio AMI – Jornalismo Contra a Indiferença.
O galardão foi entregue esta quinta, 3, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, numa cerimónia dirigida pelo presidente da AMI, Fernando Nobre. Em nome dos 16 jornalistas que estiveram no terreno em novembro último, falou Rosa Ruela, grande-repórter da VISÃO: “A ideia era justamente que os nossos leitores não ficassem indiferentes àquilo que tinha acabado de acontecer no Centro de Portugal. Na impossibilidade de irmos para lá como voluntários, achámos que a forma que tínhamos de ajudar era irmos para lá fazer aquilo que sabemos fazer: reportar, contar o que se estava a passar”. Luísa Oliveira, outra das jornalistas que participaram no projeto, salientou ainda o facto de, durante o mês em que uma Redação itinerante da VISÃO esteve presente nos concelhos afetados pelos incêndios, terem comprovado que “aquelas pessoas estavam cheias de vontade, cheias de força para olhar em frente e para reconstruir, apesar de tudo o que tinham perdido”. E André Moreira, responsável pelos vídeos então produzidos, concluiu: “Aquelas pessoas estão muito sozinhas. E isso é um problema tão grande quanto o dos incêndios”.
Iniciado apenas 15 dias após os incêndios de outubro, o projeto Coração no Centro de Portugal foi desenvolvido no site da VISÃO (com um canal próprio que de resto continua ativo até agora) e nas edições semanais da revista, tendo depois prosseguido, no final de novembro, com uma edição especial da VISÃO Solidária, na qual se destacaram alguns dos heróis que, ao longo das várias semanas de reportagem, fomos descobrindo no terreno.
A VISÃO dividiu a sua menção honrosa com Ana Leal, jornalista da TVI e autora de Inimputáveis. O 1º prémio, no valor pecuniário de 15 mil euros, foi atribuído às reportagens Um dia de cada vez, de Bárbara Baldaia (TSF), Escravos do rio, de Raquel Moleiro e Luís Barra (Expresso) e Jamaica também é Portugal, de Rita Colaço (Antena 1). Joana Gorjão Henriques, Sofia Pinto Coelho (ambas vencedoras do ano passado), Pedro Pulido Valente e Fernando Nobre integraram o júri da 20ª edição de um galardão que já distinguiu um total de 96 trabalhos (36 imprensa, 47 televisão e 13 rádio) e 82 jornalistas e que, segundo a organização, pretende destacar trabalhos jornalísticos que, pela sua qualidade, constituam “uma contribuição válida para que a indiferença dos poderes de opinião pública não permitam cobrir com um manto de silêncio situações intoleráveis”.