“Não temos a veleidade de achar que salvaremos as lojas com esta distinção nem que ela resolve, só por si, o problema da sustentabilidade financeira”, admitiu o vice-presidente da autarquia, Duarte Cordeiro (PS), em declarações à agência Lusa.
O autarca sustentou, por isso, que “têm de ser feitas mais coisas, mais projetos, e tem de haver mais envolvimento” dos comerciantes para as dinamizar, evitando o seu encerramento.
Em causa estão 63 “lojas óbvias” que, pela preservação de elementos patrimoniais materiais, culturais e históricos, são as primeiras a serem classificadas no âmbito do programa iniciado no ano passado, assinalou o autarca.
Desta lista fazem parte espaços como A Ginjinha Sem Rival, Aníbal Gravador, Brasileira, Casa Macário, Confeitaria Nacional, Farmácia Barreto, Ferragens Guedes, Florista Pequeno Jardim, Hospital das Bonecas, Leitão e Irmão, Londres Salão, Luvaria Ulisses e Manteigaria Silva.
Acrescem a Ourivesaria Sarmento, os Pastéis de Belém, a Pastelaria Mexicana, Pastelaria Versailles, a Pérola do Rossio, a Retrosaria Bijou e a Tabacaria Mónaco, entre outros estabelecimentos.
A escolha foi feita pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, parceira no projeto.
Duarte Cordeiro explicou que “em setembro ou outubro” será aprovada uma segunda lista, que também se enquadra nas primeiras 100 lojas a serem classificadas.
Posteriormente, quando estiver em vigor o regulamento municipal sobre a classificação, terão de ser as entidades a candidatar-se, clarificou o autarca, precisando que a distinção tem a validade de dois anos, podendo ser renovada.
O fundo tem uma dotação inicial de 250 mil euros, mas cada candidatura não pode ultrapassar os 25 mil euros, sendo que a autarquia só suporta até 80% do total.
Na reunião camarária privada de ontem, o executivo municipal aprovou – com o voto contra do CDS-PP e os votos favoráveis da maioria socialista (que inclui os Cidadãos por Lisboa), do PSD e do PCP – a submissão a consulta pública, por 30 dias, do regulamento que estipula as regras de acesso ao fundo municipal de apoio às “Lojas com história”, em áreas como a arquitetura e restauro, cultura e economia e comércio.