Por Miguel Seabra
Para além de ser pioneiro pelo facto de fundar uma marca com o seu nome (quase um sacrilégio, no início da década de 90!), o mestre Franck Muller também inovou pela volumetria da sua característica caixa Cintrée Curvex – uma caixa de forma tonneau tão característica que se tornou no seu ex-libris da marca, eclipsando os relógios de forma redonda que estavam igualmente presentes na coleção inicial. Desde então o tamanho médio dos relógios aumentou consideravelmente e Franck Muller contribuiu muito para essa tendência que surgiu sobretudo no dealbar do novo milénio, sendo que no seu catálogo é frequente encontrarem-se relógios sobredimensionados.
Daí eu ter ficado surpreendido quando fui confrontado com o Vintage. É certo que nos últimos tempos tem-se assistido a um regresso a padrões mais clássicos e a tamanhos mais pequenos entre os 38 e 40 milímetros, mas a casa Franck Muller sempre foi iconoclástica e nunca se deixou influenciar muito com os que os outros fazem ou com os ditames do mercado.
No entanto, a linha Vintage foi um excelente desafio para o departamento criativo da manufactura sedeada nas imediações de Genebra, em Genthod. E, na minha opinião, foi um desafio ganho com distinção: o mostrador é verdadeiramente belo, o grafismo a negro contrasta muito bem com o branco opalino do fundo em esmalte – cerca de duas décadas após a sua fundação, a marca inspirou-se em correntes estéticas do passado para apresentar um modelo clássico e de escassa espessura graças a um mecanismo de corda manual ultra-plano.
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