É mais rápida, mais barata e pode ser a solução para o problema da falta de mão-de-obra no setor. Falamos da construção off-site, que consiste na pré-fabricação de estruturas/módulos que são posteriormente transportados e montados em obra. Uma espécie de Lego, em tamanho real, assente em materiais como betão, madeira, aço ou alumínio, produzidos em fábrica com um maior controlo dos recursos e logo com menos desperdício.
Através da construção off-site é possível também reduzir nos gastos de transporte e no tempo de montagem, tornando a obra ecologicamente mais equilibrada, uma tendência construtiva que começa paulatinamente a ser adoptada um pouco por todo o mundo.
A popularidade das casas pré-projetadas e pré-fabricadas em diferentes materiais tem vindo a crescer em todos os continentes. Em países como os Estados unidos, a Austrália ou o Reino Unido este tipo de construção, mesmo em altura, tem sido a solução para atender à escassez de mão de obra do setor. Em países nórdicos como a Suécia, por exemplo, 90% das casas residenciais unifamiliares são feitas em madeira pré-fabricada.
Uma consolidação deste mercado que, segundo o “Prefabricated Building Market Report” vale, a nível mundial, mais de 106 mil milhões de dólares (98 mil milhões de euros), estimando-se que em 2026 ascenda a cerca de 150 mil milhões, previsão feita ainda antes da pandemia.
Por cá, coube à construtora Casais assegurar o primeiro edifício de construção híbrida da Península Ibérica, localizado em Guimarães. Trata-se de um hotel com 95 quartos e 44 estúdios para arrendamento e alguns espaços comerciais.
Há cerca de um mês decorreu a fase final de montagem em obra dos elementos “cree buildings” da segunda torre do projeto. Garante a empresa que o processo de construção permite reduzir a pegada do carbono incorporada na construção em mais de 60%, quando comparado com um edifício tradicional. O nível da redução de resíduos chega aos 70% e da poluição sonora aos 50%.
O sistema CREE resulta na construção de edifícios híbridos, numa combinação madeira-betão que aproveita as melhores características de cada um destes materiais. Ao reduzir para menos de 40 % a utilização do betão e ao usar uma matéria mais sustentável como a madeira, o ambiente fica a ganhar.
Metade dos materiais que estão nos interiores deste edifício podem ser reutilizados no final do ciclo de vida.
Fundada em 1958, a Casais é hoje uma das maiores empresas do setor da construção em Portugal, mantendo ainda assim o cariz familiar. Em 1994, iniciou o processo de internacionalização, na Alemanha. Atualmente, o Grupo opera em 17 países, de Angola à Alemanha, dos Estados Unidos ao Qatar, só para citar alguns. No ano passado, o seu volume de negócios ultrapassou os 527 milhões de euros, sendo os mercados internacionais responsáveis por 293 milhões.