O alojamento local (AL) foi e continua a ser um dos setores mais penalizados com a pandemia. Depois de cinco fulgurantes anos alicerçados no turismo, o setor caíu a pique com a redução drástica das viagens internacionais. Mesmo com a pandemia a banalizar-se, os números das reservas ainda deixam muito a desejar comparativamente a outros tempos pré-pandémicos, como revelam os dados da Confidencial Imobiliário hoje divulgados. “O arranque do ano manteve os indicadores do Alojamento Local (AL) sob pressão, atingindo-se em fevereiro uma taxa média de ocupação de 25% em Lisboa e de 18% no Porto. Em janeiro, Lisboa registou uma ocupação média de 21% e o Porto de 15%”, refere-se no relatório do SIR-Alojamento Local, apurado pela Confidencial Imobiliário.
O RevPAR (do inglês “revenue per available room” e que significa “receita por quarto disponível”) em Lisboa fixou-se em 18€ em fevereiro, em ligeira recuperação face aos 15€ registados em janeiro. Já no Porto, este indicador atingiu 11€ em fevereiro, igualmente acima dos 10€ registados em janeiro.
Nos dois primeiros meses do ano, Lisboa registou um total agregado de 32.900 noites vendidas em AL, numa faturação de 2,6 milhões de euros. No Porto, o mercado de AL transacionou 20.400 noites num total de 1,4 milhões de euros no acumulado de janeiro e fevereiro.
Ainda que esta atividade apresente uma expressiva evolução face ao mesmo período de 2021, quando o país esteve novamente confinado, mantém-se muito distante dos padrões pré-Covid. Em Janeiro e fevereiro de 2020, antes de eclodir a pandemia, o AL em Lisboa transacionou quase 112.000 noites, perfazendo um volume de negócios de 7,9 milhões de euros, com ocupações entre os 50% e os 60% e RevPARs posicionados em torno dos 40€. Nesses dois primeiros meses de 2020, o AL no Porto registava cerca de 89.000 noites vendidas e uma faturação de 5,5 milhões de euros, com ocupações de 45% a 55% e RevPARs em torno dos 30€.
Já nos dois primeiros meses de 2021, a atividade de AL esteve praticamente reduzida a zero em ambos os mercados, naquele que foi um os períodos mais afetados pela pandemia. O Porto registou nesse período ocupações médias em torno dos 5% e RevPARs de 3€, com apenas 5.000 noites vendidas em dois meses e um volume de negócios de 300.000 euros. Lisboa não foi além dos 7% de ocupação e 4€ de RevPAR, transacionando cerca de 6.000 noites em dois meses num total de 400.000 euros.
Apenas as diárias médias exibem um registo de recuperação, posicionando-se até acima do pré-Covid. No Porto, a diária média do AL foi de 71€ em janeiro e de 67€ em fevereiro, enquanto em Lisboa esses valores foram de, respetivamente, de 79€ e 80€.