Há muito que os portugueses se habituaram a conviver com cidadãos ucranianos, comunidade que já foi mais numerosa, e que conta atualmente com cerca de 30 mil residentes em Portugal. Uma ligação antiga ao nosso país e que o torna óbvio no momento difícil que a Ucrânia atravessa, levando muitos a demonstrarem a intenção de encontrar aqui um porto seguro. Um estudo elaborado pelo portal imobiliário Idealista mostra que as pesquisas de casa para arrendar em Portugal realizadas a partir da Ucrânia aumentaram significativamente durante os meses de janeiro e fevereiro de 2022, com uma impressionante subida de 855% em relação às pesquisas registadas durante o mesmo período de 2021.
Comparando com os dados de janeiro e fevereiro de 2020 (pouco antes de começar a pandemia), a diferença é ainda maior: realizaram-se mais 1423% de pesquisas de casas para arrendar em Portugal desde a Ucrânia nos dois primeiros meses de 2022, segundo aponta um estudo realizado pelo idealista, o principal marketplace do sul da Europa.
“Este aumento significativo pode indicar que muitos ucranianos começaram a planificar a saída do país antes do início da invasão russa”, aponta o estudo do Idealista.
Analisando os dados por distritos/ilhas, foi em Lisboa (52%) que se realizaram mais pesquisas de casas para arrendar desde a Ucrânia nos primeiros dois meses deste ano. Seguem-se o Porto (15%), Faro (13%), Ilha da Madeira (6%), Setúbal (5%), Leiria (2%) e Coimbra (2%). Com apenas 1% das pesquisas realizadas, encontram-se o distrito de Aveiro e a Ilha de São Miguel, nos Açores.
Numa análise mais abrangente pelos vários países do sul da Europa onde o Idealista está presente constatou-se que “a maior subida registada aconteceu em Portugal, seguida por Itália com um aumento de 145% e Espanha onde subiu 77%, comparando os dados de janeiro e fevereiro de 2022 com os registados durante o mesmo período de 2021”.
Dos três países do sul da Europa, Portugal é aquele onde se registou mais pesquisas de casas para arrendar oriundas da Ucrânia nestes dois meses, acumulando 44% das realizadas, seguindo-se Espanha, com 35% do total, e Itália, com 21%, conclui-se ainda no estudo.