Lisboa e o Porto transformaram-se na novidade turística da Europa no período pré-pandémico criando um fenómeno de multiplicação de casas no short-rental listadas Airbnb. Mas com pandemia instalada por onde andam essas centenas e centenas de apartamentos que ficaram subitamente sem procura dos turistas habituais? Uma boa parte foi parar à Spotahome, plataforma de arrendamento de curta e média duração que soma um total de 6.000 casas situadas na capital e 2.500 na Invicta, muitas delas vindas do mercado turístico.
A empresa ambiciona crescer 150% este ano em Portugal, um plano ambicioso assente na convicção de que hoje em dia, mais do que nunca, os processos totalmente remotos são mais privilegiados pelos clientes.
Bem decorados, recém-reabilitados e em localizações centrais, estes apartamentos registam uma procura muito assente nos estudantes universitários, profissionais em deslocação e, cada vez mais, nómadas digitais. Os preços da oferta variam entre os 300 e os 2.500 euros.
“Nós temos um portfólio muito diversificado de quartos e casas pequenas e grandes. Cerca de 38% são short-rental e o restante, eu diria que se insere na categoria de mid-term, apartamentos para estadias maios longas e que já se adaptaram ao negócio”, explica à Visão Pedro Caiado, Country Manager da Spotahome, plataforma que está presente em Portugal desde 2018 e que, desde então, já somou 12 mil reservas apenas neste mercado.
Fundada com capitais nacionais, espanhóis e argentinos, a Spotahome está atualmente em cerca de uma centena de cidades espalhadas pela Europa, entre as quais localidades situadas na Alemanha, Itália, Irlanda, Reino Unido ou Bélgica. Em Portugal, para além das duas principais cidades do país, a plataforma já entrou em Coimbra onde gere 600 apartamentos e quer agora expandir o seu negócio por todo o país, de Bragança até aos Açores.
Uma expansão integrada na estratégia global da empresa que conta investir 25 milhões ao longo deste ano para reforçar a sua presença em diversos pontos da Europa. “Recentemente levantámos estes 25 milhões junto de um fundo de investimento e já abrimos em 86 cidades, o que foi bastante significativo. É um sinal de que conseguimos superar a pandemia e estamos juntos para novas aventuras”, reforçou ainda Pedro Caiado.
O segmento dos estudantes universitários e dos nómadas digitais tem vindo a consolidar-se em Portugal estimulando oportunidades junto dos investidores imobiliários. A estadia média é de 150 dias. “Mas não temos um máximo de tempo, temos um mínimo que é de 30 dias”, apontou o responsável.
Para garantir o selo da Spotahome todas as casas são verificadas antes de serem disponibilizadas para alugar. O objetivo é combater a falta de transparência no setor e promover a segurança neste processo, tanto para senhorios como para inquilinos, realça o responsável.
Uma vez aprovada, a casa é promovida pelo próprio proprietário de uma forma informal e clara através de um vídeo onde se mostra a casa em detalhe e que é posteriormente alocado no portal.
“Costumamos dizer que o vídeo pode ser naquele registo que usamos na nossa vida pessoal quando estamos a mostrar a casa nova aos nossos amigos. A partir daí o senhorio não necessita fazer 15 ou 20 visitas e receber propostas infindáveis. Basta receberem as reservas e tomarem a decisão final”, explica Pedro Caiado. Do lado do inquilino, a experiência de visualização é mais direta, transparente e bem menos cansativa. “Se quiserem podem ver até 100 casas por dia sem sair do lugar”, rematou ainda o country manager.